A morte clínica se dá quando cessam os batimentos cardíacos e a respiração, e a morte cerebral ocorre quando o cérebro cessa sua atividade elétrica de maneira persistente. A eletroencefalografia (EEG) pode dizer com segurança a diferença entre a cessação temporária da atividade cerebral, durante o sono e em estados comatosos, e a cessação persistente.
Quando os animais - incluindo os seres humanos - morrem, o que ocorre geralmente, de imediato, são pequenos movimentos dos membros inferiores e superiores, conhecidos como espasmos pós-morte. Logo após o corpo se torna pálido devido a falta de circulação nos capilares, caracterizando o pallor mortis. A temperatura do corpo cai até igualar-se à temperatura do ambiente, fenômeno conhecido como algor mortis e, depois de algumas horas, o corpo se torna rígido devido a uma mudança química nos tecidos musculares, o rigor mortis. Em temperaturas médias o rigor mortis se estabelece por completo em 12 horas, sendo seguido do relaxamento após cerca de 36 horas, e o sangue acumula-se na parte posterior do corpo, causando o livor mortis.
Com os espasmos pós-morte, pallor mortis, algor mortis, rigor mortis e livor mortis, a contar do momento em que cessa a vida no organismo, tem início a decomposição; os tecidos começam a ser quebrados pela composição química do próprio corpo, no processo de autólise, e pela ação de bactérias, processo conhecido como putrefação. Durante estes processos são gerados gases que causam o odor e, possivelmente, o inchaço característico dos corpos mortos.
Enquanto o corpo ainda está fresco, durante os primeiros dias que se seguem à morte, não há sinais claros de decomposição, além dos citados acima, mas as substâncias que são criadas durante este período atraem vários insetos que desempenharão um papel importante, inicialmente colocando ovos no cadáver.
Quando a putrefação se inicia, o corpo começa a emitir um forte odor, mudando de cor e tornando-se inchado, devido a ação de bactérias no ceco, que conecta o cólon ascendente ao íleo. A parte inferior do abdômen se torna esverdeada e a formação de gazes força os líquidos e as fezes para fora do corpo. Os gazes também penetram o rosto e o pescoço, fazendo com que a boca, os lábios e a língua se tornem inchados. Neste ponto torna-se difícil identificar um cadáver pela sua aparência facial.
A marmorização se dá pela ação das bactérias no sangue, alterando a cor e a aparência das veias, fazendo com que apareçam padrões esverdeados na pele. Os pêlos do corpo saem com facilidade, e a pele se torna viscosa. Quando a colorização avança de verde para marrom, é possível determinar que o corpo está em avançado estado de putrefação.
Após 10 ou 20 dias, dependendo da temperatura e da composição do ambiente no qual o corpo repousa, o corpo se torna negro, as cavidades do corpo são rompidas, deixando os gazes abdominais escaparem. Os ossos podem se tornar aparentes e a atividade dos insetos é intensa.
Há a formação de uma graxa típica dos cadáveres e o odor começa a se dissipar. Neste ponto não há mais órgãos internos devido aos insetos.
Por fim, quando o corpo já está praticamente desprovido de tecidos moles, a esqueletização ocorre, processo no qual os ossos sofrem a diagênese e irão lentamente decompor-se também.
A desintegração natural é o destino de todos os organismos vivos quando sua vida cessa. Em alguns casos a natureza providencia a mumificação do cadáver, em outros casos, algumas pessoas escolhem ser congeladas, ou mesmo mumificadas, artificialmente, confiando que a tecnologia poderá restabelecer-lhes a vida no futuro. Acredito que, se um dia a tecnologia puder extrair e interpretar a informação contida nos corpos congelados, e reanimar-lhes, de alguma forma, será questionável se a criatura que agora "vive" é a mesma criatura que originou as informações... Sem contar que tal tecnologia é algo que ainda nem conseguimos conceber; e não há garantias de que os métodos de preservação criogênica atuais irão permitir que as informações necessárias para uma reanimação sejam extraídos.
Na prática, a vida individual, a pessoa em toda sua riqueza de personalidade, conhecimento e experiências acumuladas, deixa de existir no momento da morte. Ninguém jamais comprovou que a existência persista fora do corpo, e o destino do corpo é devolver à terra todos os nutrientes que dela extraiu para formar seus tecidos. No final, pertencemos à natureza e ela irá nos ter de volta.
Então, se com a morte o destino de todos os tecidos é a putrefação, qual a razão por trás do receio que as pessoas têm de doar órgãos?
Tanta gente se preocupa tanto com uma vida após a morte, quando a única vida após a morte que se pode ter certeza é aquela na lembrança das pessoas com quem convivemos, daquilo que produzimos em vida e, com sorte, a chance de poder ajudar alguém que precisa de um coração para continuar vivendo, ou de córneas para poder continuar enxergando o mundo.
Eu sou doador de órgãos, espero que minha família respeite este meu desejo o dia que eu deixar este mundo, pois quando a vida cessar em meu corpo, não terei mais uso para estes órgãos tão complexos, maravilhosos e imprescindíveis que hoje me permitem viver em plenitude.
Quando os animais - incluindo os seres humanos - morrem, o que ocorre geralmente, de imediato, são pequenos movimentos dos membros inferiores e superiores, conhecidos como espasmos pós-morte. Logo após o corpo se torna pálido devido a falta de circulação nos capilares, caracterizando o pallor mortis. A temperatura do corpo cai até igualar-se à temperatura do ambiente, fenômeno conhecido como algor mortis e, depois de algumas horas, o corpo se torna rígido devido a uma mudança química nos tecidos musculares, o rigor mortis. Em temperaturas médias o rigor mortis se estabelece por completo em 12 horas, sendo seguido do relaxamento após cerca de 36 horas, e o sangue acumula-se na parte posterior do corpo, causando o livor mortis.
Com os espasmos pós-morte, pallor mortis, algor mortis, rigor mortis e livor mortis, a contar do momento em que cessa a vida no organismo, tem início a decomposição; os tecidos começam a ser quebrados pela composição química do próprio corpo, no processo de autólise, e pela ação de bactérias, processo conhecido como putrefação. Durante estes processos são gerados gases que causam o odor e, possivelmente, o inchaço característico dos corpos mortos.
Enquanto o corpo ainda está fresco, durante os primeiros dias que se seguem à morte, não há sinais claros de decomposição, além dos citados acima, mas as substâncias que são criadas durante este período atraem vários insetos que desempenharão um papel importante, inicialmente colocando ovos no cadáver.
Quando a putrefação se inicia, o corpo começa a emitir um forte odor, mudando de cor e tornando-se inchado, devido a ação de bactérias no ceco, que conecta o cólon ascendente ao íleo. A parte inferior do abdômen se torna esverdeada e a formação de gazes força os líquidos e as fezes para fora do corpo. Os gazes também penetram o rosto e o pescoço, fazendo com que a boca, os lábios e a língua se tornem inchados. Neste ponto torna-se difícil identificar um cadáver pela sua aparência facial.
A marmorização se dá pela ação das bactérias no sangue, alterando a cor e a aparência das veias, fazendo com que apareçam padrões esverdeados na pele. Os pêlos do corpo saem com facilidade, e a pele se torna viscosa. Quando a colorização avança de verde para marrom, é possível determinar que o corpo está em avançado estado de putrefação.
Após 10 ou 20 dias, dependendo da temperatura e da composição do ambiente no qual o corpo repousa, o corpo se torna negro, as cavidades do corpo são rompidas, deixando os gazes abdominais escaparem. Os ossos podem se tornar aparentes e a atividade dos insetos é intensa.
Há a formação de uma graxa típica dos cadáveres e o odor começa a se dissipar. Neste ponto não há mais órgãos internos devido aos insetos.
Por fim, quando o corpo já está praticamente desprovido de tecidos moles, a esqueletização ocorre, processo no qual os ossos sofrem a diagênese e irão lentamente decompor-se também.
A desintegração natural é o destino de todos os organismos vivos quando sua vida cessa. Em alguns casos a natureza providencia a mumificação do cadáver, em outros casos, algumas pessoas escolhem ser congeladas, ou mesmo mumificadas, artificialmente, confiando que a tecnologia poderá restabelecer-lhes a vida no futuro. Acredito que, se um dia a tecnologia puder extrair e interpretar a informação contida nos corpos congelados, e reanimar-lhes, de alguma forma, será questionável se a criatura que agora "vive" é a mesma criatura que originou as informações... Sem contar que tal tecnologia é algo que ainda nem conseguimos conceber; e não há garantias de que os métodos de preservação criogênica atuais irão permitir que as informações necessárias para uma reanimação sejam extraídos.
Na prática, a vida individual, a pessoa em toda sua riqueza de personalidade, conhecimento e experiências acumuladas, deixa de existir no momento da morte. Ninguém jamais comprovou que a existência persista fora do corpo, e o destino do corpo é devolver à terra todos os nutrientes que dela extraiu para formar seus tecidos. No final, pertencemos à natureza e ela irá nos ter de volta.
Então, se com a morte o destino de todos os tecidos é a putrefação, qual a razão por trás do receio que as pessoas têm de doar órgãos?
Tanta gente se preocupa tanto com uma vida após a morte, quando a única vida após a morte que se pode ter certeza é aquela na lembrança das pessoas com quem convivemos, daquilo que produzimos em vida e, com sorte, a chance de poder ajudar alguém que precisa de um coração para continuar vivendo, ou de córneas para poder continuar enxergando o mundo.
Eu sou doador de órgãos, espero que minha família respeite este meu desejo o dia que eu deixar este mundo, pois quando a vida cessar em meu corpo, não terei mais uso para estes órgãos tão complexos, maravilhosos e imprescindíveis que hoje me permitem viver em plenitude.
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