Equívoco é o uso de um termo, em um silogismo, dando um significado diferente a cada vez que o termo aparece. O uso da ambigüidade de uma palavra em uma explicação também é uma falácia de anfibologia.
Todo equívoco é uma anfibologia, mas nem toda anfibologia é um equívoco. Um exemplo de uma anfibologia pura é a frase: "Veio o Maomé a montanha." Neste caso há um erro gramatical, que torna a frase ambígua. Teria o Maomé ido à montanha, ou ao Maomé a montanha teria ido? Ainda no mesmo exemplo é interessante notar que na língua falada, a inversão do gênero impossibilita a ambigüidade.
Nem toda anfibologia depende de um erro gramatical: "Certa vez atirei em um elefante vestindo meu pijama." Nesta frase, de Groucho Marx, não fica claro quem estava vestindo o pijama, se era ele ou o elefante. Contudo, a tentativa de uma explicação na qual o elefante estaria vestindo o pijama certamente cairia em redução ao absurdo.
As incoerências nos exemplos acima são bastante evidentes, mas são exemplos úteis na demonstração de como a interpretação de uma ambigüidade pode levar à conclusões errôneas.
Escolhendo a possibilidade de que o elefante estivesse vestindo o pijama, poderíamos presumir que:
1. Mesmo o pijama do homem mais obeso do planeta deve servir apenas em um elefante muito jovem;
2. Marx deve ser absurdamente obeso para que seu pijama sirva em um elefante muito jovem;
3. O pijama deve ser singularmente resistente para ser capaz de permanecer cobrindo o corpo do elefante.
A cena, muito pouco provável, que se forma é a de um homem extremamente obeso atirando em um elefante muito jovem vestido com um pijama singularmente resistente (nylon rip-stop, talvez).
Todas estas inferências derivam da interpretação de uma frase ambígua.
É possível que o ouvinte mais atento decida formar as duas cenas possíveis dada a permissividade da frase. Neste caso, as seguintes conclusões emergiriam:
1. Marx vestia o pijama;
2. Marx alvejou um elefante.
Resultando na cena mais verossímil de um homem atirando em um elefante, independente de maiores explicações para que o ato fosse possível no mundo natural que conhecemos.
Tendo ambas as possibilidades consideradas, por meio da lei da parcimônia na sua forma mais clara, a que deu origem ao conceito da Lâmina de Occam, parafraseada como "se todas as demais coisas forem equivalentes, a solução mais simples é a melhor", seria fácil optar pela segunda cena descrita, que necessita de uma quantidade menor de elementos para se tornar viável.
Além da defecção da formulação inicial, a parcimônia seria a outra alternativa aceitável para lidar com frases ambíguas que podem surgir acidentalmente em uma discussão oral.
Contudo, não é raro que o ouvinte despreze a formulação mental das diversas possibilidades que surgem da ambigüidade de frases faladas, muitas vezes optando por um atalho de interpretação baseado naquilo que ele julga saber do interlocutor. E é assim que ocorrem muitos dos desentendimentos, nas mais diversas formas de relacionamento.
Todo equívoco é uma anfibologia, mas nem toda anfibologia é um equívoco. Um exemplo de uma anfibologia pura é a frase: "Veio o Maomé a montanha." Neste caso há um erro gramatical, que torna a frase ambígua. Teria o Maomé ido à montanha, ou ao Maomé a montanha teria ido? Ainda no mesmo exemplo é interessante notar que na língua falada, a inversão do gênero impossibilita a ambigüidade.
Nem toda anfibologia depende de um erro gramatical: "Certa vez atirei em um elefante vestindo meu pijama." Nesta frase, de Groucho Marx, não fica claro quem estava vestindo o pijama, se era ele ou o elefante. Contudo, a tentativa de uma explicação na qual o elefante estaria vestindo o pijama certamente cairia em redução ao absurdo.
As incoerências nos exemplos acima são bastante evidentes, mas são exemplos úteis na demonstração de como a interpretação de uma ambigüidade pode levar à conclusões errôneas.
Escolhendo a possibilidade de que o elefante estivesse vestindo o pijama, poderíamos presumir que:
1. Mesmo o pijama do homem mais obeso do planeta deve servir apenas em um elefante muito jovem;
2. Marx deve ser absurdamente obeso para que seu pijama sirva em um elefante muito jovem;
3. O pijama deve ser singularmente resistente para ser capaz de permanecer cobrindo o corpo do elefante.
A cena, muito pouco provável, que se forma é a de um homem extremamente obeso atirando em um elefante muito jovem vestido com um pijama singularmente resistente (nylon rip-stop, talvez).
Todas estas inferências derivam da interpretação de uma frase ambígua.
É possível que o ouvinte mais atento decida formar as duas cenas possíveis dada a permissividade da frase. Neste caso, as seguintes conclusões emergiriam:
1. Marx vestia o pijama;
2. Marx alvejou um elefante.
Resultando na cena mais verossímil de um homem atirando em um elefante, independente de maiores explicações para que o ato fosse possível no mundo natural que conhecemos.
Tendo ambas as possibilidades consideradas, por meio da lei da parcimônia na sua forma mais clara, a que deu origem ao conceito da Lâmina de Occam, parafraseada como "se todas as demais coisas forem equivalentes, a solução mais simples é a melhor", seria fácil optar pela segunda cena descrita, que necessita de uma quantidade menor de elementos para se tornar viável.
Além da defecção da formulação inicial, a parcimônia seria a outra alternativa aceitável para lidar com frases ambíguas que podem surgir acidentalmente em uma discussão oral.
Contudo, não é raro que o ouvinte despreze a formulação mental das diversas possibilidades que surgem da ambigüidade de frases faladas, muitas vezes optando por um atalho de interpretação baseado naquilo que ele julga saber do interlocutor. E é assim que ocorrem muitos dos desentendimentos, nas mais diversas formas de relacionamento.
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