- Seja coerente com as estações do ano. - Também pode ser entendido como "não abuse do seu corpo/sistema imunológico".
- Pegue sol todos os dias (
entre 5 e 10 minutos- use um bom protetor solar e pegue tanto sol quanto tiver vontade/oportunidade, ainda mais se você vive numa localidade onde ver o sol é coisa rara).
Pratique sonhos lúcidos- Permita-se sonhar acordado
- Procure ambientes silenciosos. - A poluição sonora é uma coisa muito séria, podendo desencadear mudanças comportamentais, comprometer o sistema imunológico, causar envelhecimento precoce e transtornos psicológicos e fisiológicos diversos. Ainda que isso seja evidente, as pessoas continuam a submeter-se voluntariamente ou propositalmente a ambientes extremamente barulhentos.
O que há de errado? Será que as conversas tornaram-se tão dispensáveis, ou tão desagradáveis, que é necessário calar as pessoas e a si mesmo sob uma avalanche sonora? Lembre-se que é preciso ouvir as pessoas para poder conhecê-las. Assim como as ações, as palavras traduzem os pensamentos e os sentimentos para a linguagem comum.
- Procure a beleza. - Após dias consecutivos de chuva e céu cinzento, tendo saído de um almoço na casa do meu tio e tendo optado por ir caminhando para casa num breve momento de estiagem, fui pego pela chuva (e não posso dizer que fui surpreendido, pois era algo evidente que a estiagem seria breve mas eu preferi ignorar isso). Esta situação me despertou fortes sentimentos de irritação por viver num lugar onde tudo e todos são tão castigados pelo vento, pelo frio, pela chuva, pela ausência do sol e por um estilo de vida que não é exatamente condizente com a latitude e geografia na qual se vive. Mas eu estava na chuva, em ruas completamente alagadas, cercado por um trânsito notavelmente nervoso e agressivo característico dos dias de chuva, e minha irritação não ia melhorar minha situação, nem naquele momento, nem no futuro. Neste momento notei o sol, que embora não estivesse bem visível, estava iluminando a rua, a chuva e tudo mais; e fiquei feliz por ter optado por ter ido a pé para casa, pois se tivesse ido de carro é provável que eu tivesse entrado em casa e nem notado aquele breve momento de sol - e chuva - tão raro nestes dias de agosto.
Mas isso só diz respeito à beleza da natureza que nos cerca; existe muito mais em se tratando de beleza quando pensamos no lugar em que vivemos, nas pessoas que nos cercam e nas situações pelas quais passamos.
Não nego que existam lugares, pessoas e situações profundamente desagradáveis e repulsivos, mas estes, em especial, servem apenas para nos lembrar da importância de imprimir beleza na nossa própria pessoa, nas nossas atitudes e, por conseguinte, nos lugares pelos quais passamos e nas nossas relações.
Por fim, e talvez o mais importante em relação a este ponto, não subestime a beleza. Nem a sua própria, nem a dos outros. E falo de beleza de uma forma ampla. Alguns valorizam demais a beleza exterior, alguns valorizam demais a beleza interior, e valorizar a beleza não é um problema, mas a negação de um tipo de beleza é. Não é preciso negar a intelectualidade ou os bons modos para cultivar a beleza exterior, da mesma forma que não é preciso negar a beleza exterior para cultivar a intelectualidade e os bons modos. As diferentes formas de beleza não se excluem, mas somam e interagem potencializando-se.
- Não seja mesquinho e apegado às coisas (considere quantas guerras são lutadas por rochas e um punhado de areia). - Os bens materiais são mais passageiros e mais instáveis do que se imagina. Hoje se tem uma bela casa, amanhã ela se foi, hoje se tem um belo carro, amanhã ele virou sucata. Não é que não seja importante esforçar-se para obter conforto material, mas é preciso ter em mente que nenhum conforto material é importante ou bom o suficiente a ponto de justificar uma única ação que seja moralmente condenável, que venha a prejudicar alguém próximo ou não tão próximo.
Eu sempre acreditei que os bens mais importante são aqueles que construímos dentro de nós mesmos, como cultura, educação, conhecimento e saúde; mas com o tempo, e por meio do estudo mesmo - método no qual eu sempre confiei para adquirir, construir e manter estas coisas -, descobri que até mesmo estes bens internos são perecíveis. Um dia a idade vai chegar e nossas faculdades mentais, tais como memória, capacidade de aprendizagem e a agilidade mental, irão se esvanecer, o mesmo vale para a saúde; é claro que podemos e devemos agir ativamente para que isso se dê tão tardiamente quanto possível, mas e no caso de uma doença, ou de um acidente que venha a causar um dano neurológico? Até mesmo nossas boas maneiras são suscetíveis à senilidade e aos danos neurológicos de origem mecânica ou biológica.
Então o que vale mais? Neste ponto da minha vida, acredito que o maior capital que podemos construir é o capital de relacionamento, a relação que temos com as pessoas com as quais temos algum contato. Este é, sem dúvida, o capital mais difícil de se construir, de se medir e de se manter. Não é fácil saber quem é, verdadeiramente, seu amigo, quem são as pessoas que vão estar contigo quando o resto do mundo estiver contra ti, quem são as pessoas irão, em todos os momentos, te olhar com verdadeiro amor e afeto. Mas se existe algo pelo qual vale a pena lutar, são as pessoas que nos fazem bem e as pessoas que amamos.
- Não seja demasiadamente preocupado com o que os outros irão pensar sobre você (exceto que você poderá aprender algo útil sobre si mesmo escutando criticismo válido e considerando isso de coração). - Não é possível agradar a todos, pois mesmo nos meios mais uniformes, haverão interesses divergentes, quer estejam certos ou errados. Da mesma forma que não é possível convencer a todos. Em um navio de passageiros que esteja afundando, muitas pessoas irão negar a situação até que estejam sentido a água pelas canelas, e dentre estas, poucas serão a que irão dizer: "É, tinhas razão."
Então, pense sobre aquilo que você pretende fazer, faça aquilo que você acredita ser certo, e faça o seu melhor. É preciso ser bom o suficiente para você, é preciso que você seja tão bom e esforçado e correto quanto lhe é possível ser; mas ninguém tem o direito de exigir que você seja melhor do que pode ser.
- Não seja demasiadamente crítico (apenas se você realmente precisa ser para ajudar alguém). - Não exija que os outros sejam melhores do que podem ser. Entenda que as vezes não basta o seu aviso e o seu exemplo, as vezes as pessoas precisam errar, e as vezes as pessoas precisam errar repetidamente, para aprenderem o que é certo e tornarem-se melhores. Não é assim contigo - e comigo -, também? É fácil ser extremamente exigente em relação aos outros, difícil é ser verdadeiramente exigente para consigo mesmo.
- Continue aprendendo. - Só tenho a acrescentar o lembrete de que nem todos as formas de aprendizagem está nos livros (um lembrete para eu mesmo), e de que nem todas as formas de aprendizagem está na vida ou nas relações interpessoais - reformulando esta última sentença (num lembrete para muitas pessoas que conheço): as vezes é preciso sentar e ler.
- Continue se desafiando. - Este é ótimo... E é bom ver que existe uma abordagem teórica dentro da Psicologia em relação a isso, na Psicologia da Aprendizagem. No mais das vezes é perda de tempo competir com os outros, ganha-se muito mais num regime de cooperação. E a verdade é que nunca se vence ninguém, a única pessoa a ser superada é você mesmo. Se, numa corrida, você chegou primeiro que outras dez pessoas, é por que, primeiro, você venceu a si mesmo e a todas as dificuldades que estiveram presentes no teu caminho até o momento deste resultado.
- Seja otimista. - "Um copo pode estar meio cheio ou meio vazio." Mas não sou simplório o suficiente ao ponto de afirmar que isso depende exclusivamente de quem vê o copo, mas depende de fatores ambientais também. Por exemplo, tomando literalmente a metáfora do copo, o que é meio copo de água para quem está cercado por quilômetros de deserto e sofrendo de desidratação severa? Uma situação ruim é uma situação ruim, e negar a ruindade da situação também vai diminuir a probabilidade de que sejam tomadas medidas eficazes para modificá-la positivamente.
Contudo o otimismo tem o seu lugar, após a resignação ou a aceitação da realidade. É preciso encarar os fatos como eles são e, partindo disso, traçar uma conduta de ação. O verdadeiro otimismo benéfico está intrinsecamente ligado à capacidade de avaliar corretamente uma situação e poder usar o que nos tornou a espécie dominante neste planeta: nosso cérebro.
Nem que seja para chegar a conclusão de que realmente se está mau e impotente diante de uma situação, e então optar pelo mecanismo de negação. Mas, pelo menos, você tentou. E jamais se entregue completamente à negação, pois um dia pode ser que apareça um elemento novo na equação da sua realidade e o resultado seja completamente diferente, mas para isso você precisa ter contato suficiente com a realidade para notar quando esse elemento surgir.
- Seja grato (e expresse isso). - Ou, "reforce positivamente o bem que as pessoas lhe fazem." Gosta de ser bem tratado? Então invista nisso, faça com que as boas ações que as pessoas lhe dispensam sejam recompensadoras para elas também. Alguns preferem chamar de carma, eu penso que fica mais fácil se encarado com uma atitude metodológica e pragmática, mas a verdade é que o bem atrai o bem, assim como gentileza e cordialidade atraem gentileza e cordialidade, honestidade atrai honestidade, e assim por diante. A verdadeira gratidão não deve se resumir a um obrigado, embora não deva - jamais - dispensar esta palavrinha mágica; a verdadeira gratidão deve se traduzir em ações.
- Doe-se para alguém. - Doe-se para um grupo, doe-se para um projeto, doe-se para um ideal. É sobre isso que é a vida. Vivemos enquanto agimos sobre os outros, sobre o que nos cerca e, por conseqüência, sobre nós mesmos. Não adiantaria eu escrever tudo isso que estou escrevendo, ainda que eu pense e acredite nisso tudo que estou escrevendo, se não aplicasse isso nas minhas relações com os outros.
- Seja íntegro. - Se você sente que é errado fazer algo, se você sabe que é errado fazer algo, então é melhor não fazer. Como saber? Dois indícios de que você está agredindo a sua integridade: quando você precisa fazer um enorme esforço mental criando justificativas para um comportamento que outrossim é errado; ou quando você está incomodado com o elemento 'A' e sente vontade de tomar uma atitude 'B' em relação a este elemento, mas acha esta atitude moralmente inaceitável, então toma uma atitude 'C', que aparenta ser aceitável mas que irá levar a causa, por conseqüência, de 'B' ou equivalente. Complicado? Vou citar um exemplo para facilitar: ficar irritado(a) com a(o) namorada(o), querer magoar ela(e), encher a cara e trair ela(e). A embriaguez só serve de desculpa para você mesmo(a), e ainda assim é uma desculpa furada.
- Seja responsável pelo seu próprio bem-estar. - Aquela pessoa não está te dando a atenção que você precisa? Talvez você precise prestar mais atenção em si mesmo. Gostaria que aquela pessoa tivesse mais consideração contigo? Talvez você precise ter mais consideração consigo mesmo e avaliar se não está se sujeitado a uma relação abusiva. Na prática, na maioria das situações, não somos obrigados a conviver com ninguém - embora, obviamente, existam situações que são exceção - e ninguém é obrigado a ser bom conosco - embora, que bom seria se todos fossem bons e respeitosos com todos, infelizmente o mundo não é assim.
É preciso sempre avaliar em uma relação que causa uma grande carga de frustração, estresse e dor, seja psicológica ou física, se tal relação realmente trás alguma gratificação que justifique o seu preço, a sua carga pessoal. Também é preciso ver se tal gratificação não é uma fuga de algum outro aspecto interior ou exterior, integrante ao que se vive.
E no mais, é preciso tomar atitudes de responsabilidade para consigo mesmo. Não deixe a responsabilidade da sua saúde nas mãos do médico, da sua felicidade nas mãos do psicólogo, da sua sorte nas mãos da religião, da sua educação nas mãos das instituições de ensino. Seja você mesmo responsável por se estruturar, pois o médico, o psicólogo, a religião, as instituições de ensino, são instrumentos mais ou menos úteis, mais ou menos eficazes, para te ajudar a fazer as coisas que você precisa fazer por si mesmo. Uma bicicleta não vai a lugar algum, nem emagrece ou fortalece ninguém se não houver alguém sentado nela pedalando.
Mantenha um diárioMantenha-se consciente, trabalhe sua 'awareness' (para poder pôr seu cotidiano em perspectiva). - Diários são interessantes, mas a menos que você utilize de criptografia e outros mecanismos de segurança em nível militar e saiba como utilizá-los com eficiência, tais registros podem voltar-se contra você no mundo das relações adultas. Existem bons motivos para os pensamentos serem socialmente mudos e para não seremos socialmente oniscientes, e um destes motivos é a natureza de tentativa e erro prevalente em boa parte da aprendizagem. Da mesma forma somos dotados de memória e capacidade de reflexão para com nossos atos. Use e abuse da memória, da reflexão, se precisar, conte com um bom psicólogo para isso... Mas diários, em geral, podem não ser uma boa idéia. Jamais subestime a cretinice e a vilania das pessoas.
- Nunca se aposente, mas mude a natureza do seu trabalho de tempo em tempo. - Eu diria que esta dica, para ser válida, requer uma outra dica que a precedesse: empenhe-se em trabalhar em algo que realmente te traga prazer e gratificação. Não se preocupe tanto com o retorno financeiro, pois se você gosta do que faz, você vai ser bom naquilo que faz, e sendo bom naquilo que faz, o retorno financeiro virá. Trabalhos e estudos devem ser tão divertidos quanto as brincadeiras são para as crianças, e qual criança quer parar de brincar?
- Mantenha a mente aberta ("mas não tão aberta que seu cérebro vá cair pra fora do seu crânio" - por Richard Dawkins). - Mantenha-se atento as possibilidades, use o tempo que dispõe até o limite de uma tomada de decisão para procurar outras rotas de soluções para os problemas. Nos testes de inteligência, as pessoas que tiram os maiores escores, em geral, não são aquelas que resolvem os problemas mais rapidamente, embora o tempo de resolução conte pontos, vale mais uma solução correta que usou o limite de tempo do que uma solução completamente equivocada e errada. Mas, no mais, seja crítico quanto aquilo que você está considerando. Mantenha-se aberto ao que é viável, saiba identificar o que é absurdo e seja sempre crítico quanto ao que é absurdo - ainda que o absurdo tenha seu valor nas investigações filosóficas.
- E mais importante: Competitividade, Comprometimento, Curiosidade e Criatividade. - Saturar, incumbar, iluminar e testar. (:
Comentários às dicas de Ray Kurzweil e Terry Grossman no livro A Medicina da Imortalidade, disponíveis em síntese no site Fantastic Voyage... Algumas das modificações e comentários refletem meu ponto de vista divergente do deles, quanto a viver eternamente. Mas acho que boa parte do que eles compilaram é muito útil e o restante é, no mínimo, interessante e divertido.
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