quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Estudo do Questionário de TC

Parte 1:


1. Qual a influência do Darwinismo na utilização da etologia na Teoria Comportamental?


As descobertas de Darwin indicavam o parentesco biológico, geneticamente determinado, entre os seres humanos e os outros animais, tornando possível o estudo comparado de seus comportamentos. Além disso, com a popularização do Darwinismo no séc. XIX, tais estudos enfrentaram menos resistência das forças políticas da sociedade. Tais estudos comparativos do comportamento foram imprescindíveis para o desenvolvimento da Teoria Comportamental, que fundamenta-se na experimentação, dadas as limitações éticas e morais1 para o estudo experimental em seres humanos.


eto-. [Do gr. éthos, eous-ous.] El. comp. = ´costume´, ´uso´: etocracia, etognosia2.

etologia [De eto- + -log(o)- + -ia.] S. f. 1. Tratado dos costumes, usos e caracteres humanos. 2. Estudo dos hábitos dos animais e da sua acomodação às condições do ambiente: “Os cientistas Karl von Frisch e Konrad Lorenz, austríacos, e Nikolas Tinbergen, holandês, ganharam o Prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia de 1973 por terem criado uma nova ciência, a Etologia, que faz o estudo comparado do comportamento dos animais.” (Jornal do Brasil, 12.10.73). 3. Parte da botânica que estuda as adaptações observadas nos vegetais.


2. O que pretendia Wundt ao se utilizar do método da introspecção?


Wundt pretendia, por meio da introspecção, fazer uma observação indireta, porém baseada em um método definido e rigoroso, dos processos mentais. Estes não podiam ser observados por meios objetivos e mecanicistas e, embora Wundt tenha tentado seguir tais pressupostos, estes acabaram sendo os propelentes das críticas ao seu método.


introspecção. [Do lat. introspectione] S. f. Observação da vida interior pelo próprio sujeito; exame que alguém faz dos próprios pensamentos e sentimentos. [Var.: introspeção.]


3. O que focava a Psicologia Objetiva?


A Psicologia Objetiva, que iniciou-se como uma crítica ao método da introspecção por considerá-lo por demais subjetivo, buscava instrumentalizar a Psicologia com métodos objetivos dentro dos paradigmas das ciências naturais.


4. Por que os Funcionalistas criticavam o Estruturalismo?


Os Funcionalistas tinham uma visão pragmática3 da mente humana, logo não se interessavam pela estruturada mesma. Os Funcionalistas criticavam a artificialidade do método da introspecção e a decomposição dos fenômenos mentais complexos e simples, inerente a este método, e a estreiteza do âmbito da investigação.


5. William James afirmava que a visão pragmática é fundamental para a investigação científica, explique porquê.


A doutrina do pragmatismo baseia-se na comprovação da validade de uma idéia ou de um conceito mediante a análise de suas conseqüências práticas, promovendo o pensamento objetivo e voltado para a utilidade funcional, e descartando aquilo que – segundo esta visão – parece inútil e ilógico (Lâmina de Occam4).


6. Trace um paralelo entre as idéias defendidas por Watson e as idéias defendidas por Pavlov.


Tanto Pavlov quanto Watson defendiam uma abordagem comparativa, funcional e determinista na experimentação e estudo do comportamento. Ivan Pavlov iniciou as pesquisas com o condicionamento respondente (também conhecido como condicionamento pavloviano), desvendando a influência das funções autônomas dos seres vivos nos seus comportamentos. Watson deu prosseguimento a essas idéias utilizando-as para a modelagem comportamental, para maior cientificidade na Psicologia e para opor-se ao mentalismo de Wundt.


7. Para Skinner, como se opera o controle do comportamento humano?


Para Skinner o condicionamento depende dos resultados obtidos a partir de uma ação iniciada conscientemente por um ser vivo, de maneira que, se estes resultados aumentarem a probabilidade do animal repetir a ação em uma situação semelhante, terá sido alcançado o controle do comportamento na forma do condicionamento operante. Skinner, assim como Pavlov e Watson, preocupava-se com a objetividade dos estudos comportamentais, dando grande ênfase ao controle do ambiente onde ocorriam as experiências.


behaviorismo. [Do ingl. behaviorism] S. m. Filos. Restrição da psicologia ao estudo objetivo dos estímulos e reações verificadas no [plano] físico, com desprezo total dos fatos anímicos.



Parte 2:


1. A teoria da evolução de Darwin foi percebida em grande medida como um ataque à religião. Explique:


A teoria da evolução de Darwin foi diretamente contra a visão teocêntrica ainda vigente na época em que Darwin publicou a sua Evolução das Espécies; ao afirmar que o homem era uma evolução dos demais primatas, ele estava contestando o postulado bíblico de que o homem havia sido criado a imagem e semelhança de Deus.


2. Qual a importância de Wundt para a Psicologia?


Wundt editou, divulgou e promoveu as idéias de Fechner, além de ter formado uma nova escola dividindo a psicologia em psicologia experimental e psicologia social. Wundt também fundou a primeira revista e o primeiro laboratório de psicologia. Por esses motivos Wilhelm Wundt ficou conhecido como o pai da Psicologia.


3. O método de Pavlov contribuiu para quais avanços na Psicologia?


O método de condicionamento pavloviano deu início ao que viria a ser a Teoria Comportamental e a grandes avanços na psicologia objetiva e comparativa. Este método proporcionou a psicologia um elemento básico do comportamento, possibilitando a redução deste a unidades concretas passíveis de estudo e observação em condições laboratoriais.


4. Qual a contribuição de Watson para o Behaviorismo?


Watson, em sua cruzada para transformar a psicologia em uma ciência “respeitável”, teve um importante papel na afirmação e divulgação das idéias Behavioristas, tendo elaborado as premissas que ainda hoje exercem influência nos praticantes desta escola. Baseando-se nos estudos iniciados por Pavlov, Watson afirma que o comportamento, por poder ser observado, quantificado e qualificado, é o verdadeiro objeto de estudo da psicologia, descartando a introspecção de Wundt.


5. Quais são os princípios do Behaviorismo?


O Behaviorismo propõe uma psicologia basicamente experimental, tendo contribuído muito para a compreensão da aprendizagem e da motivação. Segundo o Behaviorismo os psicólogos devem estudar os eventos ambientais e os comportamentos observáveis com objetividade e metodologia. Além de aprender pela experimentação, utilizando, também, a etologia – partindo da comparação dos organismos mais simples para os mais complexos. A subjetividade5 deve ser descartada.


6. Qual a associação da Psicologia Behaviorista com as ciências naturais?


É a tentativa de aproximação da psicologia com os paradigmas das ciências naturais, como a objetividade, metodologia, etc., na tentativa de validar seus postulados e métodos.


7. Qual a crítica de Skinner ao Mentalismo?


Skinner acreditava que os argumentos em favor do mentalismo eram inconsistentes por não serem observáveis de forma direta e por seus resultados estarem sujeitos à subjetividade humana.


psicologia. [De psic(o)- + -log(o)- + -ia] S. f. 1. A ciência dos fenômenos psíquicos e do comportamento. 2. Conjunto de estados e disposições psíquicas de idéias de um indivíduo ou de um grupo de indivíduos: Conhece bem a psicologia do povo francês. 3. Conjunto de conhecimentos relativos a essa ciência ou que têm implicações com ela, ministrados nas respectivas faculdades: estudante de psicologia. 4. Estudo psicológico de uma obra de arte, de um tema, etc.: a psicologia da guerra; a psicologia do séc. XX. 5. Conhecimento intuitivo e/ou empírico dos sentimentos de outrem; aptidão para prever ou compreender comportamentos alheios: Faltou-lhe psicologia quando repreendeu o filho em público. Psicologia animal. Ramo da psicologia que tem por objeto o estudo descritivo e a análise experimental do comportamento dos animais. Psicologia clínica. Ramo da psicologia que estuda o comportamento do indivíduo (ou do grupo) por meio de técnicas apropriadas, tais como testes de inteligência, personalidade, entrevistas, etc., numa tentativa de compreender-lhe os conflitos. Psicologia diferencial. Estudo comparativo da psicologia de diferentes seres ou classes de seres: psicologia diferencial dos sexos; psicologia diferencial dos povos. Psicologia estrutural. Método ou tratamento sistemático psicológico que estuda e descreve a composição e integração de diversos estados psíquicos e experiências conscientes. Psicologia evolutiva. Ramo da psicologia que estuda desenvolvimento dos psiquismos, a transformação da criança em adulto, os progressos e os estágios por que ela passa, procurando compreender o significado funcional desses progressos e estágios. Psicologia experimental. Ramo da psicologia que submete à experimentação científica os fatos conhecidos pela observação a fim de verificá-los e deles extrair leis gerais. Psicologia industrial. Conhecimentos psicológicos aplicados aos problemas humanos da indústria. Psicologia racional. Filos. Parte da metafísica que estuda o princípio e a causa dos fenômenos do pensamento humano. Psicologia social. Ciência que estuda os comportamentos dos indivíduos considerados como tais, dentro do campo social, por ele influenciados, mas igualmente reagindo a ele e transformando-o. Ex.: a psicologia do comportamento do líder.


Obras Consultadas:


FERREIRA, Aurélio B. et al. NOVO DICIONÁRIO AURÉLIO DA LÍNGUA PORTUGUESA. 2ª ed. rev. e amp. Rio de Janeiro, RJ: Nova Fronteira, 1986.


1ética. [Fem. substantivado do adj. ético.] S. f. Estudo dos juízos de apreciação referentes à conduta humana suscetível a qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente a determinada sociedade, seja de modo absoluto. [Cf. moral (1) e hética.]

moral. [Do lat. morale, ´relativo aos costumes´.] S. f. 1. Filos. Conjunto de regras de conduta consideradas como válidas, quer de modo absoluto para qualquer tempo ou lugar, quer para grupo ou pessoa determinada. [Cf. amoral (4) e ética (1).] 2. Conclusão moral que se tira de uma obra, de um fato, etc. S. m. 3. O conjunto de nossas faculdades morais; brio, vergonha. 4. O que há de moralidade em qualquer coisa. Adj. 2 g. 5. Relativo à moral. 6. Que tem bons costumes. 7. Relativo ao domínio espiritual (em oposição a físico ou material). [Cf. mural.] ~ V. ciências morais, comédia –, consciência –, igualdade –, indiferença –, lei –, morte –, necessidade –, personalidade –, pessoa – e senso –. Moral da história. Conclusão ou lição moral inerente a um fato narrado. [Us., às vezes, ironicamente.]

2etognosia. [De eto- + -gnos(i)(o)- + ia.] S. f. Filos. Conhecimento profundo dos costumes, paixões e caracteres do homem. [Cf. etografia.]

3pragmatismo. [Do ingl. pragmatism] S. m. Filos. 1. Doutrina de Charles Sanders Peirce, filósofo americano (1839-1914), cuja tese fundamental é que a idéia que temos de um objeto qualquer nada mais é senão a soma das idéias de todos os efeitos imagináveis atribuídos por nó a esse objeto, que possam ter um efeito prático qualquer; pragmaticismo. 2. Doutrina segundo a qual a verdade duma proposição é uma relação totalmente interior à experiência humana, e o conhecimento é um instrumento a serviço da ação, tendo o pensamento caráter puramente finalístico: a verdade de uma proposição consiste no fato de que ela seja útil, tenha alguma espécie de êxito ou de satisfação. [Cf. ativismo (1), humanismo (1) e naturalismo (5).]

4William de Ockham (também transcrito como Occam) defendeu o princípio de que a natureza é por si mesma econômica, sempre escolhendo o caminho mais simples; criando assim o princípio expresso e popularizado pela obra Ordinatio de Sir William Hamilton (séc. XIX) segundo o qual todo conhecimento racional tem base na lógica, em acordo com os dados proporcionados pelos sentidos. Uma vez que só conhecemos entidades palpáveis e concretas, nossos conceitos não passam de meios lingüísticos para expressar uma idéia; logo, tais idéias precisam de comprovação através da realidade física.

5subjetivo. [Do lat. subjectivu.] Adj. 1. Relativo a sujeito. 2. Existente no sujeito. 3. Individual, pessoal; particular: É muito subjetiva a sua visão do assunto. 4. Passado unicamente no espírito de uma pessoa. 5. Filos. Válido para um só sujeito. 6. Filos. Que pertence unicamente ao pensamento humano, em oposição ao mundo físico, i.e., à natureza empírica dos objetos a que se refere. ~ V. direito –, idealismo –, material –, novaçãoa e pronome –. S. m. 7. Aquilo que é subjetivo.

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