quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

O que sabia Skinner sobre qualquer coisa?

"A concepção de que um mundo puramente físico poderia ser auto-suficiente fora sugerida há séculos atrás, na doutrina do paralelismo psicofísico, a qual sustentava a existência de dois mundos - um mental e um material - e de que nenhum deles exercia qualquer efeito sobre o outro. A demonstração freudiana do inconsciente, no qual uma consciência dos sentimentos ou estados mentais parecia desnecessária, apontava na mesma direção."
SKINNER, B. F. As causas do comportamento. In: Sobre o Behaviorismo. 10a ed. São Paulo : Cultrix, 2006. p. 18

Primeira aula de Teoria Psicanalítica, as cinco premissas da psicanálise: 1. Existe um inconsciente dinâmico (que exerce grande influência na conduta dos pacientes).

Parece que faltou até o básico para o Skinner. Posso citar mais pérolas do livro, como na página 14, em que o autor parece ignorar completamente anos de conhecimento médico acumulado sobre lesões cerebrais ao afirmar que modificações no cérebro não alteram o comportamento... Será possível que ele nunca travou conhecimento da prática de lobotomias ou de casos bem documentados como o de Phineas Gage?

"Mas as maiores dificuldades são de ordem prática: não podemos antecipar o que uma pessoa fará observando-lhe diretamente os sentimentos ou o sistema nervoso. Tampouco podemos mudar seu comportamento modificando-lhe a mente ou o cérebro." [grifo do autor] (p. 14)

Na mesma página, Skinner dá a impressão de total desconhecimento dos mecanismos fisiológicos que regulam a fome e a saciedade, entre outros.

Assim fica difícil Sr. Skinner. ):


* Inicialmente discutido por e-mail

29 comentários:

Anderson de Moura Lima disse...

Mr. Cortex creio que suas colocações estão baseadas em leituras incompletas de Skinner e principalmente dos demais Analistas do Comportamento. Posso indicar leituras complementares a respeito da relação entre comportamento e cérebro para que você tire suas dúvidas e nunca mais cometa erros como o que cometeu aqui.Mas como você pode não querer ler devido a uma possível falta de tempo vou comentar o seu artigo,ok?Abraços!

Anderson de Moura Lima disse...

A Análise do Comportamento é uma ciência natural e como ciência natural ela sempre irá postular premissas que estarão a mercê de serem derrubadas caso se prove o contrário. Numa ciência não existem verdade eternas...Ou seja, uma premissa é verdadeira até que se prove o contrário.

Anderson de Moura Lima disse...

Criticar a Análise do Comportamento utilizando a psicanálise que não se propõe a ser uma ciência natural e nem compartilha os métodos de uma ciência natural é algo semelhante a usar o alemão na china para se comunicar logo sugiro que utilize premissas construídas por ciências naturais para derrubar as premissas da Análise do Comportamento.

Anderson de Moura Lima disse...

Os Analistas do Comportamento(nem mesmo Skinner, se você for ler outras outras dele...)ignoramcompletamente anos de conhecimento médico acumulado sobre lesões cerebrais ao afirmar que modificações no cérebro não alteram o comportamento simplesmente nós afirmamos baseados em experiências científicas que os pensamentos e sentimentos são considerados não como mediadores fisiológicos do comportamento, mas como parte do próprio comportamento.Ou seja, fazem parte dele não determinam ele.É como alguém dizer que a gasolina faz parte do carro mas não faz ele andar por que mesmo que tenha gasolina um carro não anda sem motor, por exemplo, logo o motor tem tanta importância como a gasolina e como o motorista e como outras peças do carro...

Anderson de Moura Lima disse...

O cérebro não faz nada, tanto quanto não o fazem o estômago, o intestino, etc, no sentido de iniciar, de maneira autônoma, qualquer ação do organismo como um todo.Essas partes SOMENTE regulam.Regular é diferente de causar...A fisiologia( o cérebro...) seria então outra variável dependente que precisa explicada pelas interações do organismo.Variáveis independentes são aquelas que são manipuladas enquanto que variáveis dependentes são apenas medidas ou registradas num experimento.Ou seja, se o ambiente mudar as configurações neurais também mudam assim como o seu comportamento.os dois processos ocorrem ao mesmo tempo.Um não causa o outro...

Anderson de Moura Lima disse...

Agora se você mudar o cérebro(lobotomias, ou psicocirurgia)é claro que a capacidade desse órgão regular o organismo vai ficar alterada o que não significa que ele causa o comportamento...

Anderson de Moura Lima disse...

Leia as demais obras de Skinner que o senhor irá perceber como ele esclarece a relação entre cérebro e comportamento,ok?Abraços!

Psicólogo Cláudio Drews disse...

Caro Anderson, não acredito que tenha feito uma crítica à Análise do Comportamento, e sim ao comentário de Skinner, no qual ele fala sobre a Psicanálise, tal e qual está citado. Tenho certeza que o Sr. possui o livro em questão e pode conferir se minha citação bate.
Porém tens total razão ao afirmar que minha leitura é rasa: sou um estudande cursando o 3o semestre de Psicologia e o único livro especificamente sobre a Análise do Comportamento que li foi este. No mais, sobre a Análise do Comportamento, li o que está escrito no Introdução à Psicologia, de Davidoff, Psicologia, de Myers, e História da Psicologia, de Schultz, livros que dão apenas uma pequena introdução sobre a Análise do Comportamento.
Infelizmente, com o pouco que li, não me agradei do aspecto filosófico ou ideal desta escola: deus métodos, descobertas e corpo teórico são indiscutivelmente úteis e são uma contribuição inestimável para a Psicologia, contudo não me agrada ignorar a consciência, emoção, intuição, etc.
Mesmo o filósofo Daniel Dennett, que afirma que a consciência é uma ilusão, no sentido de que ela é formada por diversos circuitos neurais não conscientes por si só, há de admitir que as ilusões possuem um aspecto adaptativo na existência humana. Atualmente concordo com ele, que a consciência é uma ilusão, tanto quanto é a visão, que nada mais é do que uma representação do mundo externo da forma que nossos olhos são capazes de captar tal realidade e, mais do que isso, aquilo que os olhos captam e entregam distorcido (de cabeça para baixo, ao contrário, etc) ao cérebro, o cérebro reconstrói para que possamos dar sentido ao que vemos e, para que vendo, possamos interagir com o mundo.
Assim, talvez, seja a ilusão da consciência. Ela é o resultado da interação de diversas percepções, conscientes e inconscientes, mas talvez ela nos seja úteis, talvez ela nos inspire a buscar respostas...
Bom, reafirmo que, se eu quiser poder entrar em um debate sério sobre a Análise do Comportamento, terei de ler mais livros sobre a Análise do Comportamento... Coisa que pretendo fazer ao longo da minha formação (admito que atualmente eu passo mais tempo, durante o tempo que reservo para minhas leituras livres, lendo sobre filosofia do assuntos próprios da Psicologia).
Agradeço, sinceramente, por estes comentários, pois eles acrescentaram algo ao pouco que eu já sabia.
Espero que, num futuro próximo, eu seja capaz de desenvolver um debate mais aprofundado sobre a Análise do Comportamento.

Anderson de Moura Lima disse...

Caro Mr. Cortex quando skinner disse que o Behaviorismo Deveria tomar a atitude de "ignorar a consciência, emoção, intuição, etc." ele na verdade estava simplesmente dizendo que a "consciência" é uma palavra que representa um conjunto de comportamentos internos e externos( falar sobre o que sente, pensar sobre o que sente e o que fala, falar sobre o que pensa,pensar sobre algo, sentir algo...)emitidos pelo organismo e não um "local", uma "coisa", uma "estrutura"...Se a "consciência" realmente existe enquanto estrutura, onde ela está e por que não a encontraram ainda?Consciência está no cérebro ou é ele?

Anderson de Moura Lima disse...

Quem ignorar a consciência, emoção, intuição é o Behaviorismo Metodológico de Watson. Skinner e os demais Analistas do Comportamento que existem hoje são Behavioristas Radicais justamente porque criticam o fato de Watson ignorar a consciência, emoção, intuição.

Anderson de Moura Lima disse...

Leia o seguinte artigo:
http://www.cfh.ufsc.br/~wfil/matos.htm

Psicólogo Cláudio Drews disse...

Primeiro é preciso decidir se iremos ou não acreditar na consciência. Partindo do pressuposto que sim, que iremos acreditar, é preciso definir o que queremos dizer com consciência. Neste caso, recorro ao dicionário (Aurélio Digital):
1. Filos. Atributo altamente desenvolvido na espécie humana e que se define por uma oposição básica: é o atributo pelo qual o homem toma em relação ao mundo (e, posteriormente, em relação aos chamados estados interiores, subjetivos) aquela distância em que se cria a possibilidade de níveis mais altos de integração.
2. P. ext. Conhecimento desse atributo.

Bom, acredito que é correto afirmar que existe uma vida psíquica, na forma de pensamentos, idéias, etc; e que esta vida psíquica é ativa e, como a respiração, não pára: não conseguimos realizar facilmente um exercício de não pensar em nada, existe a meditação para isso, requer treinamento, e é discutível se alguém conseguiu até porque só a pessoa que venha a conseguir é que irá tomar conhecimento sobre isso.
Estes pensamentos precisam ser localizados, para tanto temos três opções a considerar: a. que eles estejam localizados no cérebro, sendo que a parte consciente e racional localiza-se no neocórtex; b. que eles ficam soltos no ar, na forma de uma consciência coletiva ou coisa parecida; ou c. que eles se localizam em alguma outra parte do corpo...
Pessoalmente acredito que a opção a. seja mais plausível, dado aquilo que aprendi em psicofisiologia.
O que temos nos nossos cérebros são memórias que vão sendo coletadas, processadas, armazenadas e reprocessadas ao longo do tempo (afinal não é todo mundo que possui uma memória eidética perfeita), e essa memória é resultado das informações vindas do ambiente externo (e também do nosso próprio corpo, pois propriocepção também é informação) que são captadas pelos nossos sentidos. As sensações de frio, calor, fome, medo, alegria, prazer, às informações adquiridas por meio de conversas, leituras, visualmente, etc, são as coisas que vão formando os pedacinhos de memórias, que formam conceitos adaptativos. Parafraseando um personagem de um filme famoso, "somos máquinas de aprender." Estamos sempre aprendendo algo, testando nossos conceitos, seja no ambiente acadêmico, seja nas relações interpessoais, ou na atividades ordinárias que realizamos no dia a dia; nos condicionamos, aprendemos por tentativa e erro, por observação, etc.
Essa "máquina" formada por tecido nervoso, quando saudável, não é "reiniciada." Suas memórias estão em constante reconstrução: aquelas que são exercitadas perduram, aquelas que são deixadas de lado esvanecem, e assim por diante.
O néocortex, que nos permite ser racionais, que nos separa dos animais ao ponto de desenvolvermos uma linguagem de alto nível, que nos permite ter consciência de que algo se passa em nossas mentes e nos permite pensar sobre aquilo que pensamos e o porquê pensamos, é a culminação de tudo aquilo que se reúne pelos sentidos, que temos em nossa memória, em especial, a memória que estamos acessando no momento em que estamos conscientes.
Por fim, acredito que para estarmos conscientes, precisamos necessariamente estar conscientes de algo. A consciência não é uma entidade, ou um homúnculo, mas uma qualidade, um construto de nosso intrincado sistema nervoso.
É assim que eu respondo à pergunta "onde está a consciência?" Espero que seja uma resposta satisfatória, ainda que divergente das suas idéias.

Anderson de Moura Lima disse...

"onde está a consciência?"
Mr. Cortex,ASSIM COMO O BEHAVIORISMO RADICAL POSTULA ACREIO QUE A CONSCIÊNCIA, OU VIDA PSÍQUICA ,OU PENSAMENTOS ,OU SENTIMENTOS ESTÁ LOCALIZADA EM TUDO: NO NOSSO CÉREBRO, NO NOSSO CORPO E NO "SOCIAL OU AMBIENTE"
Se tirarmos o cérebro é claro que não vai haver vida psíquica, ou pensamentos, ou sentimentos.Mas o senhor já experimentou pensar em remover o ambiente?O que seria do cérebro sem ele?Nada por que o cérebro é modelado pelo ambiente, é modelado pelas estímulos e sensações que são sentidas pelo corpo, na verdade o cérebro também é ambiente...Logo a consciência não existe sem o cérebro, mas também não existem sem o ambiente, e sem partes do corpo.Se o senhor nascesse cego não iria ter experiências visuais, logo a sua consciência iria se diferenciar das demais pessoas que nascem vendo por que provavelmente não iria pensar através de imagens(pois nunca teve contato com elas...)
O SENHOR DISSE TAMBÉM QUE:
"O que temos nos nossos cérebros são memórias que vão sendo coletadas, processadas, armazenadas e reprocessadas ao longo do tempo (afinal não é todo mundo que possui uma memória eidética perfeita), e essa memória é resultado das informações vindas do ambiente externo (e também do nosso próprio corpo, pois propriocepção também é informação) que são captadas pelos nossos sentidos"
É justamente isso que quero dizer mas os psicólogos evolucionistas e cognitivistas sempre desconsideram a relação funcional, ou seja, de dependência e não de causação que existe entre cérebro e ambiente( seja ambiente externo, ou interno).
Será que os nervos cerebrais sempre iriam estar em construção se não interagíssemos com o ambiente.Claro que não...Provavelmente seríamos um vegetal, ou algo próximo disso, logo eu poderia facilmente dizer que sem experiências não teríamos consciência, pois a experiência faz parte da consciência assim como se retirássemos o cérebro, ou partes deles poderíamos até viver com a ajuda de aparelhos mas seríamos vegetais...

Anderson de Moura Lima disse...

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-65641997000200005

Psicólogo Cláudio Drews disse...

"...A CONSCIÊNCIA, OU VIDA PSÍQUICA ,OU PENSAMENTOS ,OU SENTIMENTOS ESTÁ LOCALIZADA EM TUDO: NO NOSSO CÉREBRO, NO NOSSO CORPO E NO "SOCIAL OU AMBIENTE"

Discordo deste ponto, e proponho um experimento mental para dar suporte: Imagine um recém nascido que, por alguma má formação logo nos estágios iniciais de seu desenvolvimento intra-uterino, veio a nascer sem nenhum dos sentidos, com input completamente zero. Ele não apenas é desprovido de visão, audição, tato, olfato, paladar, mas também não possui propriocepção, nem nocicepção, nem fome, frio, calor, enfim, nenhuma sensação. Apesar de não receber estímulos algum, fora isso, seu cérebro seria completamente funcional, contendo todas as partes normais.
Se a consciência emerge dos sentidos (outra forma de dizer que ela é modelada pelo ambiente), coisa na qual acredito, tal indivíduo estaria vivo, mas desprovido de consciência. Poderia ele formar memórias? Teria noção da passagem de tempo? Teria ele a capacidade de alegrar-se ou entristecer-se?
Por mais estranho que seja, e eu mesmo acho estranho, penso que a resposta para as perguntas acima seria não.
Por outro lado, um indivíduo adulto, que tivesse nascido normal e vivido de maneira normal durante parte de sua vida, que viesse a sofrer de alguma doença que afetasse profundamente o sistema nervoso lhe privando de todo o input sensorial, teria consigo, ainda, suas memórias já estabelecidas.
Seria como o famoso "cérebro na jarra", mas sem input algum. Não haveria atualização (não haveria manutenção...).
Seria esse indivíduo consciente? Penso que a resposta é sim, ele seria consciente de suas memórias, de seu isolamento... Outros problemas surgem, como o esvanecimento das memórias, a angústia, etc. Mas para os fins desta resposta, tal experimento mostra que, a formação da consciência depende do ambiente, para adquirir conteúdo. Mas uma vez que o conteúdo se faz presente, a consciência persiste mesmo que o ambiente desapareça. Logo, se a consciência localiza-se em algum lugar, este lugar é o cérebro.
Penso que também é certo dizer que a consciência se manifesta por meio de nossas ações, mas a manifestação da consciência não é a consciência em si, nem é necessária para que a mesma exista. Nossos cromossomos carregam genes recessivos, informação genética que não se manifesta mas que está presente.
Ou seja, a fonte da qual se origina a consciência, os impulsos, não é necessária para que a mesma exista após esteja estabelecida; da mesma forma, os resultados observáveis de nossa consciência não são a nossa consciência, mas apenas seus resultados.

Acho que aqui concordamos na maioria dos pontos, a divergência está em eu localizar a consciência no sistema nervoso central, e o Sr. inferir estímulos que originam a consciência e ações que se originam da consciência (e também dos estímulos atuais e passados) como se tratando da consciência em si...

Humm.. Esse parágrafo acima me fez pensar: "Estímulo / Resposta" - entre um e outro está a consciência. Exemplo disso é que as táticas de reforço de comportamento sugeridas por Skinner para o ambiente de trabalho, embora tenham sido um avanço e funcionem muito bem na vasta maioria dos casos, não funciona com todas as pessoas. Algumas pessoas são mais resistentes a serem condicionadas mesmo recebendo gratificações e incentivos. Existe aí o filtro da consciência, diferentes necessidades e vieses de benesses.
Por isso não se pode descartar mente e subjetividade, cognição, etc. As ferramentas desenvolvidas por Skinner podem atingir um nível maior de eficiência se levarem em conta a individualidade, subjetividade e vida mental das pessoas.

Psicólogo Cláudio Drews disse...

Republicando o link do artigo:
MACHADO, Lígia Maria. Consciência e Comportamento Verbal.

Anderson de Moura Lima disse...

Compre esse livro, por favor e suas dúvidas acabarão para sempre em relação ao behaviorismo radical!
http://www.bondfaro.com.br/caracteristicas--livros--compreender-o-behaviorismo-comportamento-cultura-e-evolucao-william-m-baum-8536306971--1853630697.html

Anderson de Moura Lima disse...

Caro Cláudio


Que bom que a cada dia que passa descordemos em um número menor de pontos! Acho que isso significa que estamos dialogando, nos entendendo e não estamos deixando nos dominar pelas emoções e agindo de maneira correta.Estamos tendo uma postura intelectual que muitos Psicólogo não têm.Que bom!Acredito veemente mente que se o senhor estudasse Análise Experimental do Comportamento compreenderia que a sua proposta de experimento seria muito interessante, valorosa, porém as conclusões estariam equivocadas (de acordo com a proposta do Behaviorismo Radical...)

Vejamos:

“OU SEJA, A FONTE DA QUAL SE ORIGINA A CONSCIÊNCIA, OS IMPULSOS, NÃO É NECESSÁRIA PARA QUE A MESMA EXISTA APÓS ESTEJA ESTABELECIDA; DA MESMA FORMA, OS RESULTADOS OBSERVÁVEIS DE NOSSA CONSCIÊNCIA NÃO SÃO A NOSSA CONSCIÊNCIA, MAS APENAS SEUS RESULTADOS.”

Veja bem se você afirma isso e não tem provas experimentais para provar você está somente afirmando algo...Somente um experimento imaginado...Você infere isso baseado em pressupostos já descobertos pela Psicologia cognitivista e/ou comportamental...Porém não tem provas.Se não tem provas chegamos então no “fundo do barril”. Discutimos, discutimos e acabamos entrando na parte experimental. Na parte de dados.Mas antes de discutir com você a respeito da Análise Experimental do Comportamento quero que preste a atenção no que vou escrever.É uma parte de uma livro que já pedi para você ler e não leu!...Pelo menos os 3 primeiros capítulos já bastam...A leitura é fácil, agradável e qualquer biblioteca ou livraria de Psicologia tem um desse: “Compreender o behaviorismo” William M . Baum. Veja:

“ No filme The heart is a lonely hunter, um homem surdo finge estar apreciando uma música, movimentando seu corpo como se estivesse ouvindo uma orquestra.Seu desempenho é convincente, mas quando o disco pára e ele continua, sua companheira se dá conta de que ele está fingindo. Se ele tivesse parado quando o disco parou, ela provavelmente continuaria a achar que ele tinha ouvido a música. Cedo ou tarde ele se denunciaria, mas se uma pessoa surda pudesse fingir perfeitamente, para todos os efeitos e propósitos, ela seria capaz de ouvir, pois fingir perfeitamente significaria que ninguém percebe a diferença [nem ela mesma!]”
Pode-se argumentar que, mesmo que uma pessoa surda pudesse enganar todo o mundo a sua volta, ela própria saberia que estava fingindo. Entretanto, se ela fosse bem sucedida em todas as ocasiões como poderia saber?Tanto quanto ela pode saber esse comportamento é ouvir...Ela própria só poderia saber que estava fingindo se seu próprio comportamento deferisse do comportamento de outras pessoas. Suponha que uma pessoa com boa audição finja ter prazer de ouvir uma música. Se ela fizer tudo certo, porque não deveria ela acreditar que realmente está apreciando a música?A única pista, para ela e para os outros seria uma diferença entre o seu comportamento e o comportamento daqueles de quem se diz que realmente apreciam a música. Eles sorriem, relaxam, não gostam de ser interrompidos, e depois falam sobre a música.”

(lembre-se que o conceito de comportamento para o behaviorismo radical abarca;ação, pensamento, fala, sensação e sentimento e tudo aquilo que o ser faz ou sente)

”ACHO QUE AQUI CONCORDAMOS NA MAIORIA DOS PONTOS, A DIVERGÊNCIA ESTÁ EM EU LOCALIZAR A CONSCIÊNCIA NO SISTEMA NERVOSO CENTRAL, E O SR. INFERIR ESTÍMULOS QUE ORIGINAM A CONSCIÊNCIA E AÇÕES QUE SE ORIGINAM DA CONSCIÊNCIA (E TAMBÉM DOS ESTÍMULOS ATUAIS E PASSADOS) COMO SE TRATANDO DA CONSCIÊNCIA EM SI...HUMM.. ESSE PARÁGRAFO ACIMA ME FEZ PENSAR: "ESTÍMULO / RESPOSTA" - ENTRE UM E OUTRO ESTÁ A CONSCIÊNCIA.”

Te faz pensar (e escrever ou falar depois como você fez...) isso por que você foi reforçado a pensar isso depois que lê coisas semelhantes como essa...rsrsrsrsrsrsrsrrs. Se você tivesse tido contato com um ambientes semelhante ao meu você não pensaria isso...rsrsrsrsrsrsr. Pensamento é comportamento e pode ser reforçado como os demais, ok?

“EXEMPLO DISSO É QUE AS TÁTICAS DE REFORÇO DE COMPORTAMENTO SUGERIDAS POR SKINNER PARA O AMBIENTE DE TRABALHO, EMBORA TENHAM SIDO UM AVANÇO E FUNCIONEM MUITO BEM NA VASTA MAIORIA DOS CASOS, NÃO FUNCIONA COM TODAS AS PESSOAS. ALGUMAS PESSOAS SÃO MAIS RESISTENTES A SEREM CONDICIONADAS MESMO RECEBENDO GRATIFICAÇÕES E INCENTIVOS. EXISTE AÍ O FILTRO DA CONSCIÊNCIA, DIFERENTES NECESSIDADES E VIESES DE BENESSES.”
Na verdade a colocação acima carece da conceituação correta de reforço. Reforço não é sinônimo de dinheiro, ou de comida. Se quando o seu professor chega na sua sala e é reforçado pela sua turma a tendência (a probabilidade) é ele voltar a dar aula. Quando isso não ocorre professores abandonam turmas, ou o emprego, por exemplo.Trabalhamos com o conceito de probabilidade por que ao mesmo tempo que existem reforçadores dentro da sala agindo sobre o comportamento do professor exeistem também fora da sala . Reforço é tudo aquilo que aumenta a probabilidade de ocorrência de respostas e que ocorre após a emissão das mesmas. Logo o que é reforçador para uma pessoa não é para outra. Skinner foi um dos maiores críticos do reducionismo econômico e material a respeito do trabalho!Ele e os demais analistas do comportamento rejeitam proeminente a idéia de que o que mantém o comportamento de trabalho é somente ou principalmente o dinheiro ou recursos materiais. Esse “o filtro da consciência” que você chama a gente diz que é a história de reforçamento de cada pessoa. Algumas aprendem a gostar de abacaxi e outras de maçã depois do almoço...Por que simplesmente foram reforçadas diferencialmente.

”POR ISSO NÃO SE PODE DESCARTAR MENTE E SUBJETIVIDADE, COGNIÇÃO, ETC. AS FERRAMENTAS DESENVOLVIDAS POR SKINNER PODEM ATINGIR UM NÍVEL MAIOR DE EFICIÊNCIA SE LEVAREM EM CONTA A INDIVIDUALIDADE, SUBJETIVIDADE E VIDA MENTAL DAS PESSOAS.”
Uma das maiores críticas de Skinner dizia a respeito do problema da maioria das abordagens em psicologia realmente levar em consideração a individualidade das pessoas. Tanto que a Análise Experimental do Comportamento é uma metodologia basicamente idiográfica. Ou seja, estudo do sujeito único.

Psicólogo Cláudio Drews disse...

Eu consegui ler, apesar da semana de provas que acabou hoje, alguns dos artigos que você me recomendou. Todos são muito bons, em especial aquele que clarifica os conceitos de autoconhecimento e liberdade na visão do Behaviorismo.
Não vejo como discordar dos argumentos ali apresentados... Mas um dos pontos levantados é o seguinte: por meio do autoconhecimento, tomando ciência dos controles externos que determinam o próprio comportamento, uma pessoa pode ser capaz de modificar estes esquemas de controle (comportamentos conscientes) para seu próprio benefício, usufruindo assim uma maior liberdade.
Esse autoconhecimento só será atingido se as variáveis de controle (externas e, por que não? internas - afinal uma pessoa com deficiência teria maior dificuldade de atingir tal autoconhecimento) assim permitirem, experiências que levem a pessoa a essa tomada de "consciência" sobre suas variáveis de controle.
Então, entra a memória, pois o conhecimento adquirido deve ser armazenado e organizado para que possa ser utilizado por essa pessoa, permitindo que ela seja capaz de identificar as variáveis de controle e as possibilidades que se apresentam.
Esse corpo de conhecimento armazenado mentalmente, junto com a percepção da pessoa quanto aos sentidos externos, seria o tal "filtro da consciência" a que me refiro.
Não vejo nenhuma contradição com aquilo proposto pelo behaviorismo radical neste sentido, inclusive porquê está tudo determinado pelas experiências pelas quais o indivíduo passou, o ambiente atual no qual ele vive e na capacidade do mesmo adquirir, memorizar e articular tais variáveis externas.
Concordo que o pensar, o refletir, é apenas mais um comportamento condicionado, na verdade tinha me dado conta disso quando ouvi uma palestra do John Searle (no YouTube). Nela ele argumentava que deveria haver alguma espécie de livre arbítrio outra que não esta descrita por Skinner.
Porém, ao mesmo tempo, ele concordava (assim como qualquer psicólogo cognitivo sério há de concordar) que o curso de nossas ações, incluindo o que pensamos, é determinado por aquilo que, em termos behavioristas, são as variáveis de controle.
Searle argumentava que em nível submolecular, devido à incerteza descrita pela física quântica, as coisas não seriam determinadas, mas aleatórias podendo, ser previstas apenas probabilisticamente.
Desta forma, pelas variáveis externas seríamos completamente determinados, e pelas variáveis em nível submolecular seríamos completamente aleatórios (não teríamos, assim, controle algum sobre nós mesmos). Então, no meio do caminho entre uma e outra, deveria haver algum mecanismo "mágico" do qual emergiria o livre arbítrio.
Pelo menos na palestra em questão, a explicação não me pareceu convincente... Na verdade soou quase absurda... Mesmo assim, outra coisa que aprendi - tardiamente - com o behaviorismo, foi a ação (o comportamento) de não descartar nenhuma explicação que inicialmente me pareça absurda, pois mais adiante posso vir a compreender a explicação e me dar conta de um erro meu. (:
As idéias do behaviorismo radical sobre a "consciência" - na forma de autoconhecimento - são libertadoras, muito mais do que decepcionantes. É possível ter um olhar muito mais humano para com os seres humanos, compreendendo que os mesmos, assim como suas ações, são resultado de variáveis externas, e que seu livre arbítrio manifesta-se na forma de um comportamento de escolher variáveis de controle, comportamento (encoberto) este que também é condicionado.
Mas fica um problema (ou uma solução) aí... Onde está a responsabilidade individual na teoria behaviorista radical?
Não sei responder a esta pergunta, e gostaria de ouvir a tua opinião.

...

Outras duas coisas que notei no teu último comentário foram as referências ao zumbi filosófico (relaciona-se ao homem do pântano) e aos qualia, da Filosofia da Mente, no exemplo do homem surdo que fingia dançar ao som da música.
Teu argumento me deu a entender que tanto faz se realmente escutamos a música ou não, contanto que "saibamos tudo sobre a música a ponto de dissimular as pessoas a nossa volta (e por conseqüência a si próprio) de que estamos ouvindo a música."
Ontem enviei um e-mail ao Prof. Dr. João Teixeira pedindo alguns referenciais bibliográficos, artigos, que sustentem este ponto de vista, pois até agora discordo e muito desse pensamento.
No experimento mental (ok, conhecimento a priori) da Maria a super-cientista, no qual uma garota incapaz de ver cores estuda tudo que há para estudar sobre a visão colorida e, ao retomar a visão em cores, nada aprende com a experiência a posteriori, fica mais clara a diferença entre vivenciar e dissimular um comportamento.
A tua própria observação sobre algumas das minhas afirmações, que são baseadas apenas em experimentos mentais filosóficos clássicos e não em experimentos controlados de laboratório, parece confirmar o meu ponto de que simular um comportamento, por mais perfeita que seja a simulação, difere de vivenciar o comportamento no todo.
Watson, aquele do behaviorismo metodológico, se deu mal neste mesmo argumento quando debateu com McDougall (The Battle of Behaviorism - 25o parágrafo).
Os qualia entram aí no sentido de que eles são a percepção individual de cada organismo quanto a uma experiência vivida. Alguns, como o Prof. Dr. Teixeira, dão a entender (ou pelo menos eu entendi assim) que os qualia não têm influência física.
Eu penso que têm sim, e cito como exemplo uma mulher que foi tratada contra a depressão crônica com o implante de eletrodos no cérebro (programa Fantástico da Globo, não é das melhores fontes, mas...), uma vez que os medicamentos e a psicoterapia não estavam fazendo efeito, e a primeira coisa que ela notou depois que acordou da anestesia foi o quanto as cores haviam mudado, o quanto elas pareciam mais "vivas" (ou seja, vibrantes, etc).
A capacidade dela de enxergar em cores não mudou, mas a experiência subjetiva sim, o qualia. E junto com essa mudança se foi a depressão. Se a experiência subjetiva (determinada por variáveis internas do organismo desta mulher, que foram ajustadas cirurgicamente) lhe causava depressão, ou se a depressão lhe causava transtornos em sua experiência subjetiva, sabemos que a depressão se manifesta fisicamente na forma de doenças psicossomáticas... Logo, podemos dizer que os qualia, enquanto afetados pelo estado emocional da pessoa, manifestam-se fisicamente com os sintomas físicos da depressão. Ou não?
Esse é mais um dos assuntos sobre os quais preciso ler mais.

...

Por fim, quando falei sobre reforço, não estava falando apenas sobre dinheiro ou comida, mas assim como você, sobre todos os tipos de reforço... Por exemplo, alguns professores sentem-se gratificados se apenas um ou dois alunos, em uma turma de 50 ou 60 alunos, demonstrem interesse pelo conteúdo ministrado. Outros professores precisam de um reforço maior, ou seja, de interesse por parte de um número maior de alunos, para se sentirem gratificados. Só isso. Bom, realmente, mesmo isso pode ser inferido a partir da "história de reforçamento" de cada pessoa (entra naqueles conceitos de recuperação espontânea, etc, não?). Não estava discordando disso.

...

Entre hoje e amanhã terei terminado de ler todos os artigos que me enviaste. Quanto aos livros, nossa biblioteca é bastante humilde, pois nosso curso é novo (sou da primeira turma de psicologia da minha faculdade), mas vou ver o que é possível ($$$) fazer.

Anderson de Moura Lima disse...

ENTÃO, ENTRA A MEMÓRIA, POIS O CONHECIMENTO ADQUIRIDO DEVE SER ARMAZENADO E ORGANIZADO PARA QUE POSSA SER UTILIZADO POR ESSA PESSOA, PERMITINDO QUE ELA SEJA CAPAZ DE IDENTIFICAR AS VARIÁVEIS DE CONTROLE E AS POSSIBILIDADES QUE SE APRESENTAM.
ESSE CORPO DE CONHECIMENTO ARMAZENADO MENTALMENTE, JUNTO COM A PERCEPÇÃO DA PESSOA QUANTO AOS SENTIDOS EXTERNOS, SERIA O TAL "FILTRO DA CONSCIÊNCIA" A QUE ME REFIRO.
NÃO VEJO NENHUMA CONTRADIÇÃO COM AQUILO PROPOSTO PELO BEHAVIORISMO RADICAL NESTE SENTIDO, INCLUSIVE PORQUÊ ESTÁ TUDO DETERMINADO PELAS EXPERIÊNCIAS PELAS QUAIS O INDIVÍDUO PASSOU, O AMBIENTE ATUAL NO QUAL ELE VIVE E NA CAPACIDADE DO MESMO ADQUIRIR, MEMORIZAR E ARTICULAR TAIS VARIÁVEIS EXTERNAS.

Vou enviar uns slides e uns textos para o seu e-mail para que você confirme, ou não, isso que você disse, ok?

CONCORDO QUE O PENSAR, O REFLETIR, É APENAS MAIS UM COMPORTAMENTO CONDICIONADO, NA VERDADE TINHA ME DADO CONTA DISSO QUANDO OUVI UMA PALESTRA DO JOHN SEARLE (NO YOUTUBE). NELA ELE ARGUMENTAVA QUE DEVERIA HAVER ALGUMA ESPÉCIE DE LIVRE ARBÍTRIO OUTRA QUE NÃO ESTA DESCRITA POR SKINNER.
PORÉM, AO MESMO TEMPO, ELE CONCORDAVA (ASSIM COMO QUALQUER PSICÓLOGO COGNITIVO SÉRIO HÁ DE CONCORDAR) QUE O CURSO DE NOSSAS AÇÕES, INCLUINDO O QUE PENSAMOS, É DETERMINADO POR AQUILO QUE, EM TERMOS BEHAVIORISTAS, SÃO AS VARIÁVEIS DE CONTROLE.

Então eu pergunto há liberdade ou não?Não é possível haver e não haver, não é Cláudio?Ou um modelo aceita ou não aceita que um terceiro “fator” axiste além do social e genético na determinação do comportamento...Mas eu te pergunto; onde está ele?Qual a sua natureza?De que é feito esse fator?Por que não identificaram ainda.Ou ele existe ou esse “fator” simplesmente são intervenientes, ou seja, aquelas que nunca iremos identificar por incapacidade tecnológica, ou seja humana...Mas aí eu pergunto novamente isso é sinal de que o terceiro fator existe ou não existe?Não sabemos!Pode ser sinal de que ele exista ou não...

SEARLE ARGUMENTAVA QUE EM NÍVEL SUBMOLECULAR, DEVIDO À INCERTEZA DESCRITA PELA FÍSICA QUÂNTICA, AS COISAS NÃO SERIAM DETERMINADAS, MAS ALEATÓRIAS PODENDO, SER PREVISTAS APENAS PROBABILISTICAMENTE.
DESTA FORMA, PELAS VARIÁVEIS EXTERNAS SERÍAMOS COMPLETAMENTE DETERMINADOS, E PELAS VARIÁVEIS EM NÍVEL SUBMOLECULAR SERÍAMOS COMPLETAMENTE ALEATÓRIOS (NÃO TERÍAMOS, ASSIM, CONTROLE ALGUM SOBRE NÓS MESMOS). ENTÃO, NO MEIO DO CAMINHO ENTRE UMA E OUTRA, DEVERIA HAVER ALGUM MECANISMO "MÁGICO" DO QUAL EMERGIRIA O LIVRE ARBÍTRIO.
PELO MENOS NA PALESTRA EM QUESTÃO, A EXPLICAÇÃO NÃO ME PARECEU CONVINCENTE... NA VERDADE SOOU QUASE ABSURDA... MESMO ASSIM, OUTRA COISA QUE APRENDI - TARDIAMENTE - COM O BEHAVIORISMO, FOI A AÇÃO (O COMPORTAMENTO) DE NÃO DESCARTAR NENHUMA EXPLICAÇÃO QUE INICIALMENTE ME PAREÇA ABSURDA, POIS MAIS ADIANTE POSSO VIR A COMPREENDER A EXPLICAÇÃO E ME DAR CONTA DE UM ERRO MEU. (:
Muito bom!
AS IDÉIAS DO BEHAVIORISMO RADICAL SOBRE A "CONSCIÊNCIA" - NA FORMA DE AUTOCONHECIMENTO - SÃO LIBERTADORAS, MUITO MAIS DO QUE DECEPCIONANTES. É POSSÍVEL TER UM OLHAR MUITO MAIS HUMANO PARA COM OS SERES HUMANOS, COMPREENDENDO QUE OS MESMOS, ASSIM COMO SUAS AÇÕES, SÃO RESULTADO DE VARIÁVEIS EXTERNAS, E QUE SEU LIVRE ARBÍTRIO MANIFESTA-SE NA FORMA DE UM COMPORTAMENTO DE ESCOLHER VARIÁVEIS DE CONTROLE, COMPORTAMENTO (ENCOBERTO) ESTE QUE TAMBÉM É CONDICIONADO.
MAS FICA UM PROBLEMA (OU UMA SOLUÇÃO) AÍ... ONDE ESTÁ A RESPONSABILIDADE INDIVIDUAL NA TEORIA BEHAVIORISTA RADICAL?

Para a maioria das pessoas é problema para mim é solução!Se a humanidade um dia desconsiderar que existe a responsabilidade(aquela que se baseia numa liberdade ingênua) poderemos atentar para os fatores reais que controlam o nosso comportamento individual e grupal e construir realmente uma melhor sociedade!O Behaviorismo Radical é essencialmente revolucionário!É por isso que eu sou Behaviorista Radical!A aceitação da filosofia Behaviorista Radical perpassa pela mudança de tudo que existe no mundo(Veja o texto”a Revolução comportamental” no seu e-mail,ok?)
Teu argumento me deu a entender que tanto faz se realmente escutamos a música ou não, contanto que "saibamos tudo sobre a música a ponto de dissimular as pessoas a nossa volta (e por conseqüência a si próprio) de que estamos ouvindo a música."

ONTEM ENVIEI UM E-MAIL AO PROF. DR. JOÃO TEIXEIRA PEDINDO ALGUNS REFERENCIAIS BIBLIOGRÁFICOS, ARTIGOS, QUE SUSTENTEM ESTE PONTO DE VISTA, POIS ATÉ AGORA DISCORDO E MUITO DESSE PENSAMENTO.
NO EXPERIMENTO MENTAL (OK, CONHECIMENTO A PRIORI) DA MARIA A SUPER-CIENTISTA, NO QUAL UMA GAROTA INCAPAZ DE VER CORES ESTUDA TUDO QUE HÁ PARA ESTUDAR SOBRE A VISÃO COLORIDA E, AO RETOMAR A VISÃO EM CORES, NADA APRENDE COM A EXPERIÊNCIA A POSTERIORI, FICA MAIS CLARA A DIFERENÇA ENTRE VIVENCIAR E DISSIMULAR UM COMPORTAMENTO.

Não entendi essa passagem...

A TUA PRÓPRIA OBSERVAÇÃO SOBRE ALGUMAS DAS MINHAS AFIRMAÇÕES, QUE SÃO BASEADAS APENAS EM EXPERIMENTOS MENTAIS FILOSÓFICOS CLÁSSICOS E NÃO EM EXPERIMENTOS CONTROLADOS DE LABORATÓRIO, PARECE CONFIRMAR O MEU PONTO DE QUE SIMULAR UM COMPORTAMENTO, POR MAIS PERFEITA QUE SEJA A SIMULAÇÃO, DIFERE DE VIVENCIAR O COMPORTAMENTO NO TODO.
EXPERIMENTOS MENTAIS FILOSÓFICOS CLÁSSICOS?O QUE É ISSO!NÃO CONHEÇO ESSA CATEGORIA DE EXPERIMENTOS CLÁUDIO!NÓS ANALISTAS DO COMPORTAMENTO EXPERIMENTAMOS COM ANIMAIS E PESSOAS DE VERDADE...
WATSON, AQUELE DO BEHAVIORISMO METODOLÓGICO, SE DEU MAL NESTE MESMO ARGUMENTO QUANDO DEBATEU COM MCDOUGALL (THE BATTLE OF BEHAVIORISM - 25O PARÁGRAFO).

Não conheço esse momento histórico e não sei ler em inglês mas se você me esclarecer isso ajudaria muito, ok?

OS QUALIA ENTRAM AÍ NO SENTIDO DE QUE ELES SÃO A PERCEPÇÃO INDIVIDUAL DE CADA ORGANISMO QUANTO A UMA EXPERIÊNCIA VIVIDA. ALGUNS, COMO O PROF. DR. TEIXEIRA, DÃO A ENTENDER (OU PELO MENOS EU ENTENDI ASSIM) QUE OS QUALIA NÃO TÊM INFLUÊNCIA FÍSICA.

“os qualia não têm influência física.”Que categoria de fenômeno é essa estudada pela ciência que não é natural?

EU PENSO QUE TÊM SIM, E CITO COMO EXEMPLO UMA MULHER QUE FOI TRATADA CONTRA A DEPRESSÃO CRÔNICA COM O IMPLANTE DE ELETRODOS NO CÉREBRO (PROGRAMA FANTÁSTICO DA GLOBO, NÃO É DAS MELHORES FONTES, MAS...), UMA VEZ QUE OS MEDICAMENTOS E A PSICOTERAPIA NÃO ESTAVAM FAZENDO EFEITO, E A PRIMEIRA COISA QUE ELA NOTOU DEPOIS QUE ACORDOU DA ANESTESIA FOI O QUANTO AS CORES HAVIAM MUDADO, O QUANTO ELAS PARECIAM MAIS "VIVAS" (OU SEJA, VIBRANTES, ETC).
A CAPACIDADE DELA DE ENXERGAR EM CORES NÃO MUDOU, MAS A EXPERIÊNCIA SUBJETIVA SIM, O QUALIA. E JUNTO COM ESSA MUDANÇA SE FOI A DEPRESSÃO. SE A EXPERIÊNCIA SUBJETIVA (DETERMINADA POR VARIÁVEIS INTERNAS DO ORGANISMO DESTA MULHER, QUE FORAM AJUSTADAS CIRURGICAMENTE) LHE CAUSAVA DEPRESSÃO, OU SE A DEPRESSÃO LHE CAUSAVA TRANSTORNOS EM SUA EXPERIÊNCIA SUBJETIVA, SABEMOS QUE A DEPRESSÃO SE MANIFESTA FISICAMENTE NA FORMA DE DOENÇAS PSICOSSOMÁTICAS... LOGO, PODEMOS DIZER QUE OS QUALIA, ENQUANTO AFETADOS PELO ESTADO EMOCIONAL DA PESSOA, MANIFESTAM-SE FISICAMENTE COM OS SINTOMAS FÍSICOS DA DEPRESSÃO. OU NÃO?
ESSE É MAIS UM DOS ASSUNTOS SOBRE OS QUAIS PRECISO LER MAIS.
”determinada por variáveis internas do organismo desta mulher, que foram ajustadas cirurgicamente”Uai!A cirurgia foi um evento externo ou interno?Rsrsrsrsrsrsr...Foram as variáveis internas mesmo ou a cirurgia?Que tal você repensar a cadeia de causalidade que citou?

Psicólogo Cláudio Drews disse...

Realmente, eu não consigo pensar em nenhum outro "fator" que não o genético e o ambiental para determinar o comportamento (inclusive o comportamento privado / pensamento). Ah, claro existe aquela possibilidade trazida por Searle na palestra, da influência da mecânica quântica no comportamento, mas, pelo menos naquela palestra, faltou mais objetividade e clareza, logo desconsidero.
Sendo assim, não me resta nada se não concordar com o Behaviorismo Radical.
Agora... A quebra de paradigmas que esta visão propõe é violenta... E ao mesmo tempo não...
Por exemplo, no âmbito jurídico existe aquele discurso de eqüidade entre as partes (ofensor e ofendido / crime e castigo) e a falácia da ressocialização. Contudo, não há eqüidade e nem ressocialização, e a desculpa para "punir pela punição" os "malfeitores" é simplesmente um argumentum ad hominem (um apelo ao caráter do indivíduo): "Fulano não presta, então tem mais é que sofrer mesmo pra pagar pelo o que cometeu!"
A compreensão behaviorista é um argumento fortíssimo para reafirmar o direito de penas justas, a conservação da integridade física e psíquica do apenado, e para o objetivo de ressocialização do sistema penal.
Junto com o conceito de responsabilidade, cai por terra aquelas justificativas populares e clamores por penas cada vez mais duras (violentas seria a palavra mais correta). Socialmente isso poderia ser um tremendo avanço, uma vez que a maioria dos apenados, que são brutalizados pelo sistema penal, mais cedo ou mais tarde estarão de volta às ruas.

Sobre a passagem da música, que se relaciona com qualia, e com a operação da mulher que sofria de depressão crônica... Bom, é uma longa discussão. Tenho certeza que já tens opiniões sobre o assunto, mesmo não conhecendo ele da maneira que abordei. É justamente aquilo, sobre o que é conhecer, como se conhece as coisas, sobre a diferença entre agir e ter consciência da ação (entra o autoconhecimento de Skinner aqui, com certeza). Se tiveres curiosidade, fiz alguns comentários (um pouco inflamados e sem motivo para serem inflamados, admito) num post sobre qualia.
O que me deixa perplexo é justamente a negação da importância da diferença da percepção subjetiva de pessoa para pessoa em sua vida. É como se dissessem: você vê o mundo do jeito que você vê, mas isso não têm influência nenhuma sobre quem você é ou o que você faz. Ora... Se fosse assim, acredito que nem haveriam, por exemplo, tantas escolas da Psicologia, nem tantas linhas filosóficas, nem coisa alguma. Os qualia podem muito bem ser resultado da interação do organismo com o meio (+ carga genética), porque não? Mas eles estão lá, e eu penso que eles influenciam sim, inclusive no nosso comportamento.

Sobre a cirurgia da mulher, eu "experimentei" usar uma linguagem que não domino, a do Behaviorismo, e devo ter cometido algum engano a partir daí...
Vamos ver... 1. A mulher sofria de depressão crônica, 2. ela sofreu uma intervenção cirúrgica, 3. a primeira coisa que ela notou de diferente ao acordar era que as cores pareciam mais "vivas, vibrantes"... O acompanhamento posterior constatou uma melhora significativa na depressão, que até então não havia sido constatado com a psicoterapia nem com a medicação.
As cores continuaram as mesmas, a natureza não mudou em função da operação na cabeça dela. Mas percepção (apreciação?) dela em relação as cores mudou.

Anderson de Moura Lima disse...

A respeito do que Skinner fala sobre o Social e a relação disso coma responsabilidade social sugiro que você leia um livro chamado "Walden Two". Ele explica uma possível alternativa do Skinner para a reconstrução da nossa sociedade!

Anderson de Moura Lima disse...

O QUE ME DEIXA PERPLEXO É JUSTAMENTE A NEGAÇÃO DA IMPORTÂNCIA DA DIFERENÇA DA PERCEPÇÃO SUBJETIVA DE PESSOA PARA PESSOA EM SUA VIDA. É COMO SE DISSESSEM: VOCÊ VÊ O MUNDO DO JEITO QUE VOCÊ VÊ, MAS ISSO NÃO TÊM INFLUÊNCIA NENHUMA SOBRE QUEM VOCÊ É OU O QUE VOCÊ FAZ. ORA... SE FOSSE ASSIM, ACREDITO QUE NEM HAVERIAM, POR EXEMPLO, TANTAS ESCOLAS DA PSICOLOGIA, NEM TANTAS LINHAS FILOSÓFICAS, NEM COISA ALGUMA. OS QUALIA PODEM MUITO BEM SER RESULTADO DA INTERAÇÃO DO ORGANISMO COM O MEIO (+ CARGA GENÉTICA), PORQUE NÃO? MAS ELES ESTÃO LÁ, E EU PENSO QUE ELES INFLUENCIAM SIM, INCLUSIVE NO NOSSO COMPORTAMENTO.
Agora eu entendi mais ou menos esse negócio de “qualia”...Rsrsrsrsr!Qualia é mais um nome bonito para uma conjunto de comportamentos!Rsrsrsrsrsr.O que é percepção?É basicamente como a pessoa “vê ” o mundo!Ora mas o “ver” independente de que tipo de “ver” é um comportamento!Na verdade um grupo de comportamentos...Logo a gente a prende a “ver” algo de uma forma diferente do outro.Simples!A percepção já é o reflexo de como você age no mundo ela não influencia suas ações!As suas ações e sua percepção caminham juntas e não existe relação de causalidade!
Uma pergunta: Onde os “qualia” estão?

Anderson de Moura Lima disse...

SOBRE A CIRURGIA DA MULHER, EU "EXPERIMENTEI" USAR UMA LINGUAGEM QUE NÃO DOMINO, A DO BEHAVIORISMO, E DEVO TER COMETIDO ALGUM ENGANO A PARTIR DAÍ...
VAMOS VER... 1. A MULHER SOFRIA DE DEPRESSÃO CRÔNICA, 2. ELA SOFREU UMA INTERVENÇÃO CIRÚRGICA, 3. A PRIMEIRA COISA QUE ELA NOTOU DE DIFERENTE AO ACORDAR ERA QUE AS CORES PARECIAM MAIS "VIVAS, VIBRANTES"... O ACOMPANHAMENTO POSTERIOR CONSTATOU UMA MELHORA SIGNIFICATIVA NA DEPRESSÃO, QUE ATÉ ENTÃO NÃO HAVIA SIDO CONSTATADO COM A PSICOTERAPIA NEM COM A MEDICAÇÃO.
AS CORES CONTINUARAM AS MESMAS, A NATUREZA NÃO MUDOU EM FUNÇÃO DA OPERAÇÃO NA CABEÇA DELA. MAS PERCEPÇÃO (APRECIAÇÃO?) DELA EM RELAÇÃO AS CORES MUDOU.
Uma coisa mudou meu caro amigo: uma intervenção cirúrgica!Isso é fator interno ou externo?

Anderson de Moura Lima disse...

Leia os textos e slides que enviei sobre Análise Biocomportamental.Você va entender a relação de causalidade entre a cirurgia e a mudança de comportamento!

Psicólogo Cláudio Drews disse...

Estou confuso com mais uma coisa... No artigo "Behaviorismo Metodológico e Behaviorismo Radical", de Maria Amélia Matos, ela fala o seguinte:
"Aceito consciência como uma metáfora, um resumo de minhas experiências passadas (assim também aceito personalidade, como um conceito equivalente a repertório comportamental). Mas rejeito consciência como self, como agente decisor, causador ou mediador do comportamento."
Bom... Porque não mediador?
A autora dá a entender que a consciência e a personalidade são, basicamente, a soma total dos comportamentos aprendidos. Ok, tudo bem.
Mas então, onde ficam tais comportamentos aprendidos, ou o repertório comportamental?
Na memória, não? Se não fôssemos capazes de memorizar, não seríamos capazes de aprender, logo algo existe em nossas cabeças, nem que seja uma série de comandos de resposta aos estímulos externos conhecidos.
Se a consciência e a personalidade são este repertório comportamental, que fica armazenado na memória, então o repertório comportamental, que irá dizer de que maneira iremos reagir a um determinado estímulo, é sim, um mediador. Logo, a consciência (na acepção da autora) desempenha esse papel de mediador que ela mesmo nega.
Variáveis genéticas, ambientais, ontogenéticas e culturais/sociais determina a maneira como o indivíduo vai se comportar em uma determinada situação, inclusive em uma situação de escolha. Mas como Skinner mesmo coloca, o condicionamento não depende apenas dos estímulos, mas também das conseqüências, de maneira que os estímulos originais não precisam se fazer sempre presentes (e também as conseqüências esperadas) para que um organismo apresente um comportamento em uma determinada ocasião.
Da mesma forma como agente decisor, pois de outra maneira não haveria fundamento nos conceitos de autoconhecimento e de liberdade de Skinner, como colocado por Brandenburg e Weber:
"Consciência corresponde a um comportamento verbal de autodescrição (Weber, 2003). Trata-se da capacidade de descrever ou relatar seus próprios comportamentos ou, mais dificilmente, as variáveis que o controlam (Rose, 1982). Skinner (1982) afirma que a pessoa está mais consciente quando está mais sensível ao controle do ambiente, ou seja, aumenta sua capacidade de discriminar e assim descrever seus comportamentos."
(...)
"Aí está a verdadeira liberdade, saber qual é o problema, poder manipular as variáveis e modificar seu comportamento e, conseqüentemente, a situação."
(...)
"A própria pessoa pode prever seu comportamento e fazer algo para fortalecê-lo ou evitá-lo, como ocorre no caso do autocontrole."

Este comportamento de "fazer algo para fortalecê-lo ou evitá-lo", por si só, não implica em uma decisão? E mais, conhecendo as variáveis de controle, reconhecendo sua condição de escravo (como coloca Skinner), a pessoa seria capaz de identificar algumas opções para se ajustar melhor, certo? Este exercício de liberdade também implica em um comportamento de tomada de decisão.
Está claro que a escolha que será feita, ainda que consciente, também será resultado das (e será limitada pelas) mesmas variáveis comportamentais citadas anteriormente.
Estas variáveis (genéticas, ambientais, ontogenéticas, etc) criam o setting que permitirá - ou não - a pessoa se autoconhecer, exercer a liberdade proposta por Skinner e, ainda que estas variáveis sejam a causa deste setting, o setting (ou seu repertório comportamental) irá mediar a resposta dada pelo organismo.
Ainda que tudo seja determinado, o comportamento de mediar e decidir parte de dentro para fora, são eventos internos, causados pelas variáveis supracitadas, que causam as respostas.
Outro exemplo bem claro do papel mediador do organismo: uma pessoa com mal de hansen que se queime no fogão não irá exibir o comportamento reflexo de tirar o braço das chamas, pois seus nervos já foram danificados pela doença. Os nervos teriam mediado a resposta, a ausência deles, resulta na ausência da resposta esperada. A cadeia de causalidades é interrompida.
Por fim, as condições que levam o indivíduo ao autoconhecimento, não seriam uma espécie de introspecção? (O comportamento de) Pensar sobre o por que se pensa como se pensa?
Ainda que seja um comportamento, que seja determinado, isso não passa de uma redefinição da introspecção (uma definição melhor, sem dúvida).
Então como a autora Maria Amélia Matos afirma que o Behaviorismo Radical rejeita a introspecção?
Ela também afirma que o Behaviorismo Radical se baseia, assim como o Metodológico, no Positivismo Social, onde o critério de verdade é o que pode ser observado por todos. Então explica que Skinner estuda, também, os eventos internos por meio da análise do comportamento verbal... Depois diz que o Behaviorismo nega a existência da mente. Que a mente seja o repertório comportamental, que ele esteja armazenado na memória, mas lá está a mente.
O que é a mente? Configuração das sinapses e seus estados electroquímicos? Que seja então. Mas não se pode negar algo que se utiliza. É como estar dirigindo um carro e negar a existência do mesmo.
Então ficam as minhas dúvidas...
O Behaviorismo Radical nega ou não nega a existência da mente (seja lá qual definição ele dê para a mesma)?
O autoconhecimento não é atingido por meio da introspecção e, por si só, não é uma aceitação da consciência (consciência de que se é controlado, consciência do que o controla)?
O conceito de liberdade de Skinner, não implica na tomada de decisões conscientes?

Psicólogo Cláudio Drews disse...

Uma pergunta: Onde os “qualia” estão?

No mesmo lugar onde se encontra o repertório comportamental (como parte integrante do grupo). (:

Skinner não concordaria que este repertório comportamental, que a pessoa carrega consigo, seria decisivo para que esta pessoa emitisse uma resposta apropriada ou inapropriada para uma certa configuração ambiental de estímulos?

Duas pessoas diferentes, numa mesma situação, podem responder de forma diferente por causa deste repertório. Onde ele fica, uma vez que a pessoa o leva consigo?

maelison disse...

Esse foi um dos diálogos mais produtivos que já li em um blog!!!

Comecei "odiando" o caro Anderson e finalizo a leitura Adimirando-o!!

Psicólogo Cláudio Drews disse...

E eu começei odiando o Skinner e, graças ao caro Anderson, acabei adimirando profundamente esse psicofilósofo (em analogia aos jusfilósofos). Não fosse a paciência e a presteza do colega, talvez eu ainda fosse prejudicado por um tremendo viés e estaria, inclusive, deficiente em meus estudos de neuropsicologia.