terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Existem lições até na má educação

Estava navegando pelo YouTube, quando me deparei com um vídeo que mostrava um grupo de jovens fazendo uma "brincadeira" que consistia em "socar o punho um do outro, ao mesmo tempo, para ver quem tem o soco e os ossos mais fortes, e a maior resistência a dor." Após assistir o breve vídeo, postei o seguinte comentário:
"This is so dumb..."
Em português: "Isto é tão idiota..."

Ao que o autor do vídeo respondeu:
"you so f[&*%$#@] dumb you big gay s[&%$]. stuff your comments up your [*&$#] and [...]. thanks for the comment."
Em português: "você é tão idiota, seu m[&%$#] de gay. enfia os teus comentários no teu [&$] e [... não vejo necessidade de colocar a resposta na íntegra, acredito que o teor já ficou bastante claro]. obrigado pelo comentário."

Então, o quê temos aqui? Fica claro na resposta do autor do vídeo um crasso argumento ad hominem, na sua forma mais primitiva e ineficiente. Tais ataques completamente infundados à minha pessoa e, mais adiante, à minha mãe, terminam com um agradecimento pelo comentário. A princípio não entendi muito bem a lógica do autor do vídeo, até receber uma mensagem pessoal remetida por ele. Segue a mensagem:
"i just found a comment from you about the vid of me and a mate hitting each other in the hand, a worthwhile and sophisticated pastime im sure most would agree. You have the cheek to insult my vid when u are loading debates with f[*&%$#@%] chomsky? go back to your linguistics/ anthropology MA, stuff malinowski up your [&*%$] and f[&%$] off loser :)

ps is it a good debate? might watch it."
Que, em português, fica assim:
"acabei de encontrar um comentário seu sobre o vídeo em que eu e meu amigo batemos na mão um do outro, um valoroso e sofisticado passatempo, tenho certeza de que você concordaria. Você tem a coragem de insultar meu vídeo quando você está assistindo a debates com o [*&%$#@] do chomsky? volte para o teu Mestrado em lingüística/ antropologia, enfia o malinowski no seu [*&] e desapareça seu perdedor :)

ps é um bom debate? talvez eu assista a ele."

Não tenho certeza, mas acredito que classificando o "passatempo" de valoroso e sofisticado o autor da mensagem estava sendo irônico. Também não acredito que insultei ao vídeo, pois quanto ao mesmo nem cabia qualquer comentário estético, meu comentário era sobre a atitude retratada no vídeo.
Mas o que é interessante aqui é que o autor da mensagem se deu ao trabalho de verificar o meu profile antes de entrar em contato comigo. Lá, ele deve ter visto quais vídeos eu costumo assistir e, após me conhecer melhor, foi que ele escreveu. Tal atitude se mostrou positiva, pois mesmo ele falando mal do Chomsky, ele se mostrou aberto à assistir a um debate do mesmo.
Mas por que estou postando este diálogo aqui?
Bom, acontece que o YouTube me avisou por e-mail, da resposta do comentário e da mensagem enviada. Ambos os avisos eu recebi simultaneamente, pois não fico abrindo minha caixa de entrada a toda hora. Ao receber tais avisos, o primeiro que abri foi a resposta ao meu comentário no vídeo dele. Depois de ter lido tal resposta, sem nem ler a mensagem que ele havia me enviado, respondi pra ele com as seguintes palavras:
"You should try to innovate and punch each others testicles."

Se eu tivesse lido a mensagem que ele me enviou, eu não teria respondido nesta medida. Provavelmente nem teria respondido. Afinal, ele demonstrou algum interesse em aprender algo ao perguntar se o debate que assisti havia sido bom.
O que ficou ilustrado, com essa história toda, é que devemos procurar nos informar tanto quanto possível sobre as pessoas, e utilizar a informação disponível, antes de fazer qualquer julgamento e tomar qualquer linha de ação.
No caso descrito acima não houve nenhum grande problema - respondi à mensagem dele dizendo o que achei do vídeo do debate, espero que ele venha a assistir -, mas existem situações onde as pessoas são julgadas apenas por um aspecto de suas vidas, de suas atitudes, sem levar em conta o todo. Em algumas situações, os resultados são bastantes prejudiciais para todos os envolvidos. Devemos seguir o exemplo do autor do vídeo, não o exemplo de xingar as pessoas, mas de buscar mais informações, num escopo mais amplo, antes de julgá-las.

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