Os lobos frontais são considerados o nosso centro de controle emocional e lar da nossa personalidade. Não existe outra parte do cérebro na qual lesões possam causar sintomas tão variados (Kolb & Wishaw). Os lobos frontais estão envolvidos na função motora, solução de problemas, espontaneidade, memória, linguagem, iniciação, julgamento, controle de impulsos e comportamentos sociais e sexuais. Os lobos frontais são extremamente vulneráveis à ferimentos devido à sua localização na parte frontal do crânio, à sua proximidade com asa do osso esfenóide e ao seu grande tamanho. Estudos realizados com MRI (ressonância magnética) apontaram que a área frontal é a mais atingida por lesões traumáticas moderadas no cérebro (Levin et al., 1987).
Existem diferenças assimétricas importantes nos lobos frontais. O lobo frontal esquerdo está envolvido no controle de movimentos relacionados à linguagem, enquanto o lobo frontal direito desempenha um papel em habilidades não-verbais. Alguns pesquisadores enfatizam que esta regra não é absoluta e que em muitas pessoas ambos os lobos estão envolvidos em praticamente todos os comportamentos.
Perturbações na função motora são tipicamente caracterizadas pela perda dos movimentos finos e da força nos braços, mãos e dedos (Kuypers, 1981). Cadeias complexas de movimentos motores também parecem ser controlados pelos lobos frontais (Leonard et al., 1988). Pacientes com danos no lobo frontal exibem pouca expressão facial expontânea, o que aponta para o papel dos lobos frontais na expressão facial (Kolb & Milner, 1981). A afasia de Broca, ou dificuldade para falar, tem sido associada com danos no lobo frontal por Brown (1972).
Um fenômeno interessante causado por danos no lobo frontal é o seu efeito insignificante em testes de QI tradicionais. Pesquisadores acreditam que isto ocorre pois os testes de QI tipicamente testam o pensamento convergente, ao invés do pensamento divergente. Danos no lobo frontal parecem ter um impacto no pensamento divergente, ou na flexibilidade e na habilidade de resolver problemas. Existem evidências que apontam interferências persistentes na atenção e na memória mesmo depois de uma boa recuperação de um TBI (dano traumático ao cérebro - Stuss et al. 1985).
Outra área geralmente associada com danos frontais é aquela da “espontaneidade comportamental.” Kolb & Milner (1981) descobriram que indivíduos com danos frontais exibiam uma menor quantidade de movimentos faciais espontâneos, falavam menos palavras (lesões no lobo esquerdo) ou falavam excessivamente (lesões no lobo direito).
Uma das características mais comuns do dano no lobo frontal é a dificuldade para interpretar respostas ambientais. Perseveração em uma resposta (Milner, 1964), comportamentos de risco, insubordinação à regras (Miller, 1985), e perdas na aprendizagem associativa (pelo uso de pistas externas para ajudar a guiar o comportamento) (Drewe, 1975) são alguns poucos exemplos deste tipo de déficit.
Os lobos frontais também são creditados por desempenhar um papel em nossa orientação espacial, incluindo nossa orientação do espacial do corpo (Semmes et al., 1963).
Um dos efeitos mais comuns do dano frontal pode ser a mudança dramática no comportamento social. A personalidade de um indivíduo pode sofrer mudanças significantes depois e um dano nos lobos frontais, especialmente quando ambos os lobos estão envolvidos. Existem algumas diferenças no lobo esquerdo em relação ao lobo direito nestas áreas. Danos no lobo esquerdo geralmente se manifestam como pseudodepressão* e danos no lobo direito como pseudopsicopatia** (Blumer e Benson, 1975).
O comportamento sexual também pode ser afetado por lesões frontais. Danos órbito-frontais podem desencadear um comportamento sexual anormal, enquanto danos dorso-laterais podem reduzir o interesse sexual (Walker e Blummer, 1975).
Alguns testes comuns para o funcionamento do lobo frontal são: o Winsconsin Card Sorting (inibição de resposta); Finger Tapping (habilidades motoras); e Token Test (habilidades lingüísticas).
Os lobos parietais podem ser divididos em duas regiões funcionais. Uma envolvida na sensação e na percepção e outra responsável pela integração do input sensorial, primariamente com o sistema visual. A primeira função integra informações sensoriais para formar uma única percepção (cognição). A segunda função constrói um sistema de coordenadas espaciais para representar o mundo que nos cerca. Indivíduos com danos nos lobos parietais geralmente demonstram profundos déficits, tais como anormalidades na imagem corporal e nas relações espaciais (Kandel, Schwartz & Jessel, 1991).
Danos ao lobo parietal esquerdo podem resultar naquilo que é chamado de “Síndrome de Gerstmann.” Esta inclui confusão entre esquerda e direita, dificuldade de escrita (agrafia) e dificuldades com o pensamento matemático (acalculia). Também pode produzir desordens na linguagem (afasia) e a inabilidade de perceber objetos normalmente (agnosia).
Danos ao lobo parietal direito podem resultar na negligência a uma parte do corpo ou do espaço (negligência contralateral), a qual abala muitas das habilidades de cuidado próprio, tais como vestir-se e banhar-se. Danos no lado direito também podem causar dificuldades para a realização de muitas coisas (apraxia construcional), a negação de déficits (anosagnosia) e habilidades para desenhar.
Dos bilaterais (grandes lesões em ambos os lados) podem causar a “Síndrome de Balint”, uma síndrome motora e da atenção visual. Esta é caracterizada pela incapacidade de controlar voluntariamente o olhar (ocular apraxia), para integrar componentes da cena visual (simultanagnosia) e para alcançar de forma coordenada um objeto com o auxílio da visão (ataxia óptica) (Westmoreland et al., 1994).
Déficits especiais (primariamente à memória e personalidade) podem ocorrer se houverem danos à área entre os lobos parietal e temporal.
Lesões na área parieto-temporal esquerda podem afetar a memória verbal e a habilidade da recordar seqüências numéricas (Warrington & Weiskrantz, 1977). Lesões na área parieto-temporal direita estão relacionadas à problemas na memória não-verbal, podendo ocasionar mudanças significativas na personalidade.
Alguns testes comuns para o funcionamento dos lobos parietais são: o Kimura Box Test (apraxia) e o Two-Point Discrimination Test (somatosensorial).
Os lobos occipitais são o centro do nosso sistema de percepção visual. Eles não são muito vulneráveis à danos por conta de sua localização na parte posterior do cérebro, embora qualquer trauma significante ao cérebro pode causar súbitas mudanças no nosso sistema visual-perceptual, tais como defeitos no campo de visão e escotomas. A região peristriada do lobo occipital está envolvida no processamento viso-espacial, discriminação de movimentos e discriminação de cores (Westmoreland et al., 1994). Dano a um dos lados dos lobos occipitais podem causar perdas homônimas na visão com exatamente o mesmo corte no campo de ambos os olhos. Desordens no lobo occipital podem causar alucinações visuais e ilusões. Alucinações visuais (imagens visuais sem a presença de um estímulo externo) podem se causadas por lesões na região occipital ou por convulsões dos lobos temporais. Ilusões visuais (percepções distorcidas) podem tomar a forma de objetos aparentando uma dimensão maior ou menos do que realmente possuem, objetos que carecem de cor ou objetos exibindo uma coloração anormal. Lesões na área de associação parieto-temporo-occipital podem causar cegueira à palavras e impedimentos na escrita (alexia e agrafia) (Kandel, Schwartz & Jessell, 1991).
Kolb & Wishaw (1990) identificaram oito sintomas principais aos danos nos lobos temporais: 1. perturbações na sensação e percepção auditiva, 2. perturbações na atenção seletiva de inputs auditivos e visuais, 3. desordens na percepção visual, 4. perturbações na organização e categorização do material verbal, 5. perturbações na compreensão da linguagem, 6. perturbações na memória de longo prazo, 7. alterações na personalidade e no comportamento afetivo, 8. alterações no comportamento sexual.
Déficits na atenção seletiva visual ou auditiva são comuns em danos nos lobos temporais (Milner, 1968). Lesões no lado esquerdo resultam em perdas na lembrança de conteúdos verbais e visuais, incluindo percepção da fala. Lesões do lado direito resultam em perdas no reconhecimento de seqüências tonais e de muitas habilidades musicais. Lesões no lado direito podem afetar o reconhecimento do conteúdo visual (por exemplo, reconhecimento facial).
Os lobos temporais estão envolvidos na organização primária do input sensorial (Read, 1981). Indivíduos com lesões nos lobos temporais apresentam dificuldades na categorização de palavras e figuras.
A linguagem pode ser afetada por danos nos lobos temporais. Lesões no lobo temporal esquerdo perturbam o reconhecimento de palavras. Lesões no lobo temporal direito podem causar uma perda na inibição da fala.
Os lobos temporais estão altamente associados com as habilidades mnemônicas. Lesões no lobo temporal esquerdo resultam em perdas no material mnemônico e verbal. Lesões no lobo temporal direito resultam na lembrança de materiais não-verbais, tais como músicas e desenhos.
Convulsões dos lobos temporais podem causar efeitos dramáticos na personalidade do indivíduo. Epilepsia do lobo temporal pode causar discursos perseverantes, paranóia e episódios agressivos (Blumer & Benson, 1975). Danos severos aos lobos temporais também podem alterar o comportamento sexual (por exemplo, aumentando a atividade) (Blumer & Walker, 1975).
Testes comuns para o funcionamento do lobo temporal são: Rey-Complex Figure (memória visual) e Wechsler Memory Scale - Revised (memória verbal).
O tronco cerebral desempenha um papel vital na atenção, despertar e consciência. Toda informação vinda do nosso corpo passa pelo tronco cerebral no caminho para o cérebro. Como o lobo frontal e temporal, o tronco cerebral está localizado em uma área próxima a protusões ósseas, tornando-o vulnerável à danos durante traumatismos.
O cerebelo está envolvido na coordenação do movimento motor voluntário [a função cerebelar é inconsciente], equilíbrio e balanceamento e tônus muscular. Ele se localiza logo acima do tronco cerebral e na parte posterior do cérebro. Está relativamente bem protegido de traumatismos se comparado aos lobos temporais, frontais e ao tronco cerebral.
Danos ao cerebelo resultam em movimentos lentos e descoordenados. Indivíduos com lesões cerebelares tendem a apresentar dificuldades para se equilibrar e virar enquanto caminham.
Danos no cerebelo podem levar à: 1. perda de coordenação do movimento motor (assinergia), 2. incapacidade de julgar a distância e o momento de parar (dismetria), 3. incapacidade para realizar movimentos rápidos alternados (adiadochocinsesia), 4. tremores nos movimentos (tremor de intensão), 5. exitação e caminhar de base larga (mancar atáxico), 6. tendência a cair para frente, 7. músculos enfraquecidos (hipotonia), 8. fala embargada (disartria atáxica), e 9. movimentos oculares anormais (nystagmus).
* Pseudodepressão: uma condição da personalidade, que ocorre após uma lesão no lobo frontal, na qual apatia, indiferença e perda de iniciativa são os sintomas aparentes mas não são acompanhados por um senso de depressão no paciente.
** Pseudopsicopatia: uma condição da personalidade, que ocorre após uma lesão no lobo frontal, na qual comportamento imaturo, ausência de tato e refreamento e outros comportamentos sintomáticos de psicopatologia são aparentes mas não são acompanhados por outros componentes mentais ou emocionais equivalentes da psicopatologia.
Referências citadas:
Blumer, D., & Benson, D. Personality changes with frontal and temporal lobe lesions. In D. Benson and D. Blumer, eds. Psychiatric Aspects of Neurologic Disease. New York: Grune & Stratton, 1975.
Blumer, D., & Walker, E. The neural basis of sexual behavior. In D.F. Benson and F. Blumer, eds. Psychiatric Aspects of Neurologic Disease. New York: Grune & Stratton, 1975.
Brown, J. Aphasia, Apraxia and Agnosia. Springfield, IL: Charles C. Thomas, 1972.
Drewe, E. (1975). Go-no-go learning after frontal lobe lesion in humans. Cortex, 11:8-16.
Kandel, J., Schwartz, J., & Jessell, T. Principles of Neural Science. 3rd edition. Elsevier. New York: NY, 1991.
Kimura, D. (1977). Acquisition of motor skill after left hemisphere damage. Brain, 100:527-542.
Kolb, B., & Milner, B. (1981). Performance of complex arm and facial movements after focal brain lesions. Neuropsychologia, 19:505-514.
Kolb, B., & Whishaw, I. (1990). Fundamentals of Human Neuropsychology. W.H. Freeman and Co., New York.
Kuypers, H. Anatomy of the descending pathways. In V. Brooks, ed. The Nervous System, Handbook of Physiology, vol. 2. Baltimore: Williams and Wilkins, 1981.
Leonard, G., Jones, L., & Milner, B. (1988). Residual impairment in handgrip strength after unilateral frontal-lobe lesions. Neuropsychologia, 26:555-564.
Levin et al. (1987). Magnetic resonance imaging and computerized tomography in relation to the neurobehavioral sequelae of mild and moderate head injuries. Journal of Neurosurgery, 66, 706-713.
Miller, L. (1985). Cognitive risk taking after frontal or temporal lobectomy. I. The synthesis of fragmented visual information. Neuropsychologia, 23:359-369.
Milner, B. (1968). Visual recognition and recall after right temporal lobe excision in man. Neuropsychologia, 6:191-209.
Milner, B. (1975). Psychological aspects of focal epilepsy and its neurosurgical management. Advances in Neurology, 8:299-321.
Milner, B. Some effects of frontal lobectomy in man. In J. Warren and K. Akert, eds. The Frontal Granular Cortex and Behavior. New York: McGraw-Hill, 1964.
Semmes, J., Weinstein, S., Ghent, L., & Teuber, H. (1963). Impaired orientation in personal and extrapersonal space. Brain, 86:747-772.
Stuss, D. et al. (1985). Subtle neuropsychological deficits in patients with good recovery after closed head injury. Neurosurgery, 17, 41-47.
Walker, E., & Blumer, D. The localization of sex in the brain. In K.J. Zulch, O. Creutzfeldt, and G. Galbraith, eds. Cerebral Localization, Berlin and New York: Springer-Verlag, 1975.
Warrington, E., & Weiskrantz, L. An analysis of short-term and long-term memory defects in man. In J.A. Deutsch, ed. The Physiological Basis of Memory. New York: Academic Press, 1973.
Read, D. (1981). Solving deductive-reasoning problems after unilateral temporal lobectomy. Brain and Language, 12:116-127.
Taylor, L. (1969). Localization of cerebral lesions by psychological testing. Clinical Neurosurgery, 16:269-287.
Westmoreland et al. Medical Neurosciences: An Approach to Anatomy, Pathology, and Physiology by Systems and Levels. Little, Brown and Company. New York: NY, 1994.
Fonte:
Lehr Jr., Robert P., Ph.D. Brain Functions and Map. In: Centre for Neuro Skills. http://www.neuroskills.com/brain.shtml
Ver também:
Neuropsychological test - Wikipedia
Existem diferenças assimétricas importantes nos lobos frontais. O lobo frontal esquerdo está envolvido no controle de movimentos relacionados à linguagem, enquanto o lobo frontal direito desempenha um papel em habilidades não-verbais. Alguns pesquisadores enfatizam que esta regra não é absoluta e que em muitas pessoas ambos os lobos estão envolvidos em praticamente todos os comportamentos.
Perturbações na função motora são tipicamente caracterizadas pela perda dos movimentos finos e da força nos braços, mãos e dedos (Kuypers, 1981). Cadeias complexas de movimentos motores também parecem ser controlados pelos lobos frontais (Leonard et al., 1988). Pacientes com danos no lobo frontal exibem pouca expressão facial expontânea, o que aponta para o papel dos lobos frontais na expressão facial (Kolb & Milner, 1981). A afasia de Broca, ou dificuldade para falar, tem sido associada com danos no lobo frontal por Brown (1972).
Um fenômeno interessante causado por danos no lobo frontal é o seu efeito insignificante em testes de QI tradicionais. Pesquisadores acreditam que isto ocorre pois os testes de QI tipicamente testam o pensamento convergente, ao invés do pensamento divergente. Danos no lobo frontal parecem ter um impacto no pensamento divergente, ou na flexibilidade e na habilidade de resolver problemas. Existem evidências que apontam interferências persistentes na atenção e na memória mesmo depois de uma boa recuperação de um TBI (dano traumático ao cérebro - Stuss et al. 1985).
Outra área geralmente associada com danos frontais é aquela da “espontaneidade comportamental.” Kolb & Milner (1981) descobriram que indivíduos com danos frontais exibiam uma menor quantidade de movimentos faciais espontâneos, falavam menos palavras (lesões no lobo esquerdo) ou falavam excessivamente (lesões no lobo direito).
Uma das características mais comuns do dano no lobo frontal é a dificuldade para interpretar respostas ambientais. Perseveração em uma resposta (Milner, 1964), comportamentos de risco, insubordinação à regras (Miller, 1985), e perdas na aprendizagem associativa (pelo uso de pistas externas para ajudar a guiar o comportamento) (Drewe, 1975) são alguns poucos exemplos deste tipo de déficit.
Os lobos frontais também são creditados por desempenhar um papel em nossa orientação espacial, incluindo nossa orientação do espacial do corpo (Semmes et al., 1963).
Um dos efeitos mais comuns do dano frontal pode ser a mudança dramática no comportamento social. A personalidade de um indivíduo pode sofrer mudanças significantes depois e um dano nos lobos frontais, especialmente quando ambos os lobos estão envolvidos. Existem algumas diferenças no lobo esquerdo em relação ao lobo direito nestas áreas. Danos no lobo esquerdo geralmente se manifestam como pseudodepressão* e danos no lobo direito como pseudopsicopatia** (Blumer e Benson, 1975).
O comportamento sexual também pode ser afetado por lesões frontais. Danos órbito-frontais podem desencadear um comportamento sexual anormal, enquanto danos dorso-laterais podem reduzir o interesse sexual (Walker e Blummer, 1975).
Alguns testes comuns para o funcionamento do lobo frontal são: o Winsconsin Card Sorting (inibição de resposta); Finger Tapping (habilidades motoras); e Token Test (habilidades lingüísticas).
Os lobos parietais podem ser divididos em duas regiões funcionais. Uma envolvida na sensação e na percepção e outra responsável pela integração do input sensorial, primariamente com o sistema visual. A primeira função integra informações sensoriais para formar uma única percepção (cognição). A segunda função constrói um sistema de coordenadas espaciais para representar o mundo que nos cerca. Indivíduos com danos nos lobos parietais geralmente demonstram profundos déficits, tais como anormalidades na imagem corporal e nas relações espaciais (Kandel, Schwartz & Jessel, 1991).
Danos ao lobo parietal esquerdo podem resultar naquilo que é chamado de “Síndrome de Gerstmann.” Esta inclui confusão entre esquerda e direita, dificuldade de escrita (agrafia) e dificuldades com o pensamento matemático (acalculia). Também pode produzir desordens na linguagem (afasia) e a inabilidade de perceber objetos normalmente (agnosia).
Danos ao lobo parietal direito podem resultar na negligência a uma parte do corpo ou do espaço (negligência contralateral), a qual abala muitas das habilidades de cuidado próprio, tais como vestir-se e banhar-se. Danos no lado direito também podem causar dificuldades para a realização de muitas coisas (apraxia construcional), a negação de déficits (anosagnosia) e habilidades para desenhar.
Dos bilaterais (grandes lesões em ambos os lados) podem causar a “Síndrome de Balint”, uma síndrome motora e da atenção visual. Esta é caracterizada pela incapacidade de controlar voluntariamente o olhar (ocular apraxia), para integrar componentes da cena visual (simultanagnosia) e para alcançar de forma coordenada um objeto com o auxílio da visão (ataxia óptica) (Westmoreland et al., 1994).
Déficits especiais (primariamente à memória e personalidade) podem ocorrer se houverem danos à área entre os lobos parietal e temporal.
Lesões na área parieto-temporal esquerda podem afetar a memória verbal e a habilidade da recordar seqüências numéricas (Warrington & Weiskrantz, 1977). Lesões na área parieto-temporal direita estão relacionadas à problemas na memória não-verbal, podendo ocasionar mudanças significativas na personalidade.
Alguns testes comuns para o funcionamento dos lobos parietais são: o Kimura Box Test (apraxia) e o Two-Point Discrimination Test (somatosensorial).
Os lobos occipitais são o centro do nosso sistema de percepção visual. Eles não são muito vulneráveis à danos por conta de sua localização na parte posterior do cérebro, embora qualquer trauma significante ao cérebro pode causar súbitas mudanças no nosso sistema visual-perceptual, tais como defeitos no campo de visão e escotomas. A região peristriada do lobo occipital está envolvida no processamento viso-espacial, discriminação de movimentos e discriminação de cores (Westmoreland et al., 1994). Dano a um dos lados dos lobos occipitais podem causar perdas homônimas na visão com exatamente o mesmo corte no campo de ambos os olhos. Desordens no lobo occipital podem causar alucinações visuais e ilusões. Alucinações visuais (imagens visuais sem a presença de um estímulo externo) podem se causadas por lesões na região occipital ou por convulsões dos lobos temporais. Ilusões visuais (percepções distorcidas) podem tomar a forma de objetos aparentando uma dimensão maior ou menos do que realmente possuem, objetos que carecem de cor ou objetos exibindo uma coloração anormal. Lesões na área de associação parieto-temporo-occipital podem causar cegueira à palavras e impedimentos na escrita (alexia e agrafia) (Kandel, Schwartz & Jessell, 1991).
Kolb & Wishaw (1990) identificaram oito sintomas principais aos danos nos lobos temporais: 1. perturbações na sensação e percepção auditiva, 2. perturbações na atenção seletiva de inputs auditivos e visuais, 3. desordens na percepção visual, 4. perturbações na organização e categorização do material verbal, 5. perturbações na compreensão da linguagem, 6. perturbações na memória de longo prazo, 7. alterações na personalidade e no comportamento afetivo, 8. alterações no comportamento sexual.
Déficits na atenção seletiva visual ou auditiva são comuns em danos nos lobos temporais (Milner, 1968). Lesões no lado esquerdo resultam em perdas na lembrança de conteúdos verbais e visuais, incluindo percepção da fala. Lesões do lado direito resultam em perdas no reconhecimento de seqüências tonais e de muitas habilidades musicais. Lesões no lado direito podem afetar o reconhecimento do conteúdo visual (por exemplo, reconhecimento facial).
Os lobos temporais estão envolvidos na organização primária do input sensorial (Read, 1981). Indivíduos com lesões nos lobos temporais apresentam dificuldades na categorização de palavras e figuras.
A linguagem pode ser afetada por danos nos lobos temporais. Lesões no lobo temporal esquerdo perturbam o reconhecimento de palavras. Lesões no lobo temporal direito podem causar uma perda na inibição da fala.
Os lobos temporais estão altamente associados com as habilidades mnemônicas. Lesões no lobo temporal esquerdo resultam em perdas no material mnemônico e verbal. Lesões no lobo temporal direito resultam na lembrança de materiais não-verbais, tais como músicas e desenhos.
Convulsões dos lobos temporais podem causar efeitos dramáticos na personalidade do indivíduo. Epilepsia do lobo temporal pode causar discursos perseverantes, paranóia e episódios agressivos (Blumer & Benson, 1975). Danos severos aos lobos temporais também podem alterar o comportamento sexual (por exemplo, aumentando a atividade) (Blumer & Walker, 1975).
Testes comuns para o funcionamento do lobo temporal são: Rey-Complex Figure (memória visual) e Wechsler Memory Scale - Revised (memória verbal).
O tronco cerebral desempenha um papel vital na atenção, despertar e consciência. Toda informação vinda do nosso corpo passa pelo tronco cerebral no caminho para o cérebro. Como o lobo frontal e temporal, o tronco cerebral está localizado em uma área próxima a protusões ósseas, tornando-o vulnerável à danos durante traumatismos.
O cerebelo está envolvido na coordenação do movimento motor voluntário [a função cerebelar é inconsciente], equilíbrio e balanceamento e tônus muscular. Ele se localiza logo acima do tronco cerebral e na parte posterior do cérebro. Está relativamente bem protegido de traumatismos se comparado aos lobos temporais, frontais e ao tronco cerebral.
Danos ao cerebelo resultam em movimentos lentos e descoordenados. Indivíduos com lesões cerebelares tendem a apresentar dificuldades para se equilibrar e virar enquanto caminham.
Danos no cerebelo podem levar à: 1. perda de coordenação do movimento motor (assinergia), 2. incapacidade de julgar a distância e o momento de parar (dismetria), 3. incapacidade para realizar movimentos rápidos alternados (adiadochocinsesia), 4. tremores nos movimentos (tremor de intensão), 5. exitação e caminhar de base larga (mancar atáxico), 6. tendência a cair para frente, 7. músculos enfraquecidos (hipotonia), 8. fala embargada (disartria atáxica), e 9. movimentos oculares anormais (nystagmus).
* Pseudodepressão: uma condição da personalidade, que ocorre após uma lesão no lobo frontal, na qual apatia, indiferença e perda de iniciativa são os sintomas aparentes mas não são acompanhados por um senso de depressão no paciente.
** Pseudopsicopatia: uma condição da personalidade, que ocorre após uma lesão no lobo frontal, na qual comportamento imaturo, ausência de tato e refreamento e outros comportamentos sintomáticos de psicopatologia são aparentes mas não são acompanhados por outros componentes mentais ou emocionais equivalentes da psicopatologia.
Referências citadas:
Blumer, D., & Benson, D. Personality changes with frontal and temporal lobe lesions. In D. Benson and D. Blumer, eds. Psychiatric Aspects of Neurologic Disease. New York: Grune & Stratton, 1975.
Blumer, D., & Walker, E. The neural basis of sexual behavior. In D.F. Benson and F. Blumer, eds. Psychiatric Aspects of Neurologic Disease. New York: Grune & Stratton, 1975.
Brown, J. Aphasia, Apraxia and Agnosia. Springfield, IL: Charles C. Thomas, 1972.
Drewe, E. (1975). Go-no-go learning after frontal lobe lesion in humans. Cortex, 11:8-16.
Kandel, J., Schwartz, J., & Jessell, T. Principles of Neural Science. 3rd edition. Elsevier. New York: NY, 1991.
Kimura, D. (1977). Acquisition of motor skill after left hemisphere damage. Brain, 100:527-542.
Kolb, B., & Milner, B. (1981). Performance of complex arm and facial movements after focal brain lesions. Neuropsychologia, 19:505-514.
Kolb, B., & Whishaw, I. (1990). Fundamentals of Human Neuropsychology. W.H. Freeman and Co., New York.
Kuypers, H. Anatomy of the descending pathways. In V. Brooks, ed. The Nervous System, Handbook of Physiology, vol. 2. Baltimore: Williams and Wilkins, 1981.
Leonard, G., Jones, L., & Milner, B. (1988). Residual impairment in handgrip strength after unilateral frontal-lobe lesions. Neuropsychologia, 26:555-564.
Levin et al. (1987). Magnetic resonance imaging and computerized tomography in relation to the neurobehavioral sequelae of mild and moderate head injuries. Journal of Neurosurgery, 66, 706-713.
Miller, L. (1985). Cognitive risk taking after frontal or temporal lobectomy. I. The synthesis of fragmented visual information. Neuropsychologia, 23:359-369.
Milner, B. (1968). Visual recognition and recall after right temporal lobe excision in man. Neuropsychologia, 6:191-209.
Milner, B. (1975). Psychological aspects of focal epilepsy and its neurosurgical management. Advances in Neurology, 8:299-321.
Milner, B. Some effects of frontal lobectomy in man. In J. Warren and K. Akert, eds. The Frontal Granular Cortex and Behavior. New York: McGraw-Hill, 1964.
Semmes, J., Weinstein, S., Ghent, L., & Teuber, H. (1963). Impaired orientation in personal and extrapersonal space. Brain, 86:747-772.
Stuss, D. et al. (1985). Subtle neuropsychological deficits in patients with good recovery after closed head injury. Neurosurgery, 17, 41-47.
Walker, E., & Blumer, D. The localization of sex in the brain. In K.J. Zulch, O. Creutzfeldt, and G. Galbraith, eds. Cerebral Localization, Berlin and New York: Springer-Verlag, 1975.
Warrington, E., & Weiskrantz, L. An analysis of short-term and long-term memory defects in man. In J.A. Deutsch, ed. The Physiological Basis of Memory. New York: Academic Press, 1973.
Read, D. (1981). Solving deductive-reasoning problems after unilateral temporal lobectomy. Brain and Language, 12:116-127.
Taylor, L. (1969). Localization of cerebral lesions by psychological testing. Clinical Neurosurgery, 16:269-287.
Westmoreland et al. Medical Neurosciences: An Approach to Anatomy, Pathology, and Physiology by Systems and Levels. Little, Brown and Company. New York: NY, 1994.
Fonte:
Lehr Jr., Robert P., Ph.D. Brain Functions and Map. In: Centre for Neuro Skills. http://www.neuroskills.com/brain.shtml
Ver também:
Neuropsychological test - Wikipedia
24 comentários:
Tenho uma neta de 7 anos que aos dois apresntou um quadro de eplepsia e a partir dai fomos percebendo que havia um atraso acentuado na fala e na coordenacao motora. Nao sabemos ate hoje se este quadro de eplepsia te algo a ver com isso, mas o certo e que a eplepsia hoje encontra-se controlada com acompanhamento de um neurologista, mas ainda nao consguimos um tratamento adequado para o problema da fala, do cognitivo e da coordenacao motora.
Ela esta sendo acompanhada na escola por uma fono e uma psicopedagogo mas, achamos que isso nao esta sendo o suficiente visto que com sete anos ela ainda nao le nem escreve alem de outras dificuldades. E uma crianca extremamente alegre e interagi muito bem socialmente com todas as difilculdades que tem. Gostaria de saber aonde posso procurar um tratamento adequado e saber o que pode ser feito independente de onde seja. Moramos em Niteroi estado do Rio de Janeiro.
Desde ja agradeco pela atencao.
Meu email e:
rosacdarcie@gmail.com
Olá, onde é área específica para a deglutição? Obrigada. Erika
Olá!
Segundo o NCBI, as áreas do cérebro envolvidas em processar o ato voluntário de engolir e os movimentos da língua são "sobrepostas porém distintas".
As áreas sobrepostas são 1) área pericentral lateral esquerda, 2) córtex cingulado anterior e 3) área motora suplementar adjacente. A língua envolve também as áreas giro pós-central, córtex prémotor, putamen direito e tálamo. O ato de engolir envolve o córtex parietal anterior, a região rostral do cingulado anterior, o precuneus e a ínsula. Aproximadamente 60% dos 14 sujeitos estudados (acredite, não é muito) apresentaram lateralização para o hemisfério esquerdo para engolir, enquanto que 60% apresentaram lateralização para o hemisfério direito para a elevação da língua.
Pessoalmente, dadas a algumas questões recentemente levantadas sobre estes estudos com aparelhos de neuroimagem, prefiro me basear nos conhecimentos mais grosseiros, porém mais estabelecidos, de tempos atrás.
Veja esta imagem: http://thebrain.mcgill.ca/flash/i/i_06/i_06_cr/i_06_cr_mou/i_06_cr_mou_1b.jpg
Fontes:
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15163677
http://thebrain.mcgill.ca/flash/i/i_06/i_06_cr/i_06_cr_mou/i_06_cr_mou.html
Obrigada, Claudio!
Abraço,
Erika
Qual a parte do cérebro responsável pela ansiedade?? Ótimo texto.
Oi Wanessa! Dá uma olhada em resposta amigdalar (amígdala) e sistema nervoso sistema nervoso simpático. As sensações físicas experienciadas por quem está ansioso estão relacionadas à ativação do sistema nervoso simpático. Já a amígdala responde a estímulos do ambiente avaliados como perigosos. Uma vez que a amígdala "detecta" algum perigo, normalmente o que segue é uma ativação simpática. Curiosamente, no caso de uma síndrome do pânico, a ativação simpática pode ser percebida pelo sujeito como um sinal de perigo, o que faz com que ela se intensifique.
JOCE JANE
MEU FILHO TEM 8 ANOS E TEM DIFICULDADES COGNITIVAS COMO LEITURA E ESCRITA, TEM DIFICULDADES SOCIAIS DE FAZER AMIGOS OU FICAR EM GRUPOS DE CRIANÇAS, PREFERE FICAR ISOLADO OU COM UM AMIGUINHO QUE ELE ESCOLHER, TEM MEDO DE SE ARRISCAR EM ALGUMAS TAREFAS E BRINCADEIRAS, NÃO ANDA DE BICICLETA POIS TEM MEDO, NOTO QUE ELE TEM ALGUMA DIFICULDADE MOTORA. ESTA SENDO ASSISTIDO POR PSICO PEDAGOGA E PSICOLOGA INFANTIL PRA TENTARMOS AJUDA-LO NA ESCOLA POIS ELE NÃO SAI DO 2º ANO DEVIDO A SUAS DIFICULDADES. ELE TEVE DUAS CONVULÇÕES QUANDO BEBE ENTRE 1 E 2 ANOS E MEIO, DIAGNOSTICADAS COMO FEBRIL E TRATADAS ASSIM POR UM NEURO COM DEPAKENE ATÉ OS CINCO ANOS. TAMBEM TEVE DUAS QUEDAS QUANDO BEBE, APARENTEMENTE NADA GRAVE, MAS AGORA COM PESQUISAS MINHA SOBRE LESÕES NO CEREBRO FRONTAL TENHO MEDO E DESCONFIANÇAS QUE TUDO ISSO TENHA A VER COM SUAS DUAS QUEDAS, QUE NÃO CAUSARAM NENHUMA LESÃO EXTERNA APARENTE. ACEITO SUGESTÕES E CONSELHOS, NÃO SEI MAIS COMO POSSO AJUDAR MEU FILHO
Oi Joce Jane, recomendo que você procure um neurologista. Ele poderá avaliar a necessidade de exames para confirmar ou excluir a presença de lesão e recomendar a melhor terapêutica a seguir. Caso não fique satisfeita com o parecer do profissional, você sempre pode buscar uma segunda opinião. É importante que você saiba o que está havendo e é papel do profissional te informar.
Oi gostaria de saber se quando uma pessoa bate no lado direito, ela fica meio confusa quanto a várias faces da vida,e de sentimentos. Meu marido bateu o lobo direito, e coisas que não faziam diferença no nosso relacionamento, agora fazem, e ele apresenta dois sentímentos repentinos,de muito amor e vontade de continuar nosso relacionamento, e as vezes de muita raiva e arrependimento de ter ficado comigo.O acidente foi recente faz três meses?
Bom dia! Se o médico que examinou o teu marido apontou a presença de uma concussão cerebral, é possível que ele se sinta confuso nos dias ou semanas após o acidente. Persistindo os sintomas, é necessário consultar com o especialista (um neurologista) para realizar nova avaliação. Como o acidente foi a três meses atrás e teu marido continua apresentando estes sintomas, o ideal é marcar uma consulta com neurologista para realização de nova avaliação e manejo.
Boa noite. Depois de sofrer um acidente fiquei com uma lesão hipodensa cortico-subcortical em região fronto-parietal direito. Mas a minha memória sinto ter afetado, esqueço muitas coisas, palavras, nome das coisas de coisas que pedem para levar, documentos, chaves, direção espacial esqueço a direção dos endereços, objetos dificuldade de concentração. Isso é normal por causa do acidente?
Oi Maristela! Só um neurologista pode te responder essa questão. É possível que as tuas dificuldades sejam decorrentes da lesão e/ou outros fatores. O médico que está te acompanhando é a pessoa mais indicada para esclarecer às tuas dúvidas pois tem acesso aos teus exames. Uma avaliação neuropsicológica bem realizada também pode te trazer informações importantes para a compreensão destas dificuldades.
Oi Maristela! Só um neurologista pode te responder essa questão. É possível que as tuas dificuldades sejam decorrentes da lesão e/ou outros fatores. O médico que está te acompanhando é a pessoa mais indicada para esclarecer às tuas dúvidas pois tem acesso aos teus exames. Uma avaliação neuropsicológica bem realizada também pode te trazer informações importantes para a compreensão destas dificuldades.
Olá Claudio,tive uma desidratação prolongada que evoluiu para um choque hipovolêmico.Esse choque foi prolongado e não procurei ajuda médica,e surgiram sintomas como:ansiedade,agitação,inquietação,depressão,perda da líbido,problemas de tomada de decisões,problemas com ciclo sono-vigília,apatia,tremores nas extremidades,sensação se susto aumentada,problemas com memória de curto prazo,problemas para cuidar até da higiene.Fazem dois anos que estes sintomas ocorrem.Já fiz Tomografia Normal,Ressonância Magnética com contraste,Eletroencefalograma que não acusaram nada.Passei por três Neurologistas e Dois psiquiatras,relatei a eles como agora,e não foi feito avaliação neuropsicológica.Tomo remédios para diminuir agitação,controlar o humor,e poder dormir.Gostaria de saber se o choque hipovolêmico pode desenvolver sequelas neurológicas permanentes semelhantes a quadros demenciais,só não tive alucinações visuais e auditivas.Tenho 42 anos.Obrigado.
Oi Alison! No teu caso acredito que a melhor indicação é o manejo com neurologista. Pode ser interessante conversar com ele sobre a possibilidade de um tratamento auxiliar com Análise Funcional do Comportamento para o sono, a ansiedade, a libido e outras questões comportamentais.
Mesobrinho foi diagnosticado com esquizofrenia e apresenta diminuição do lobo frontal. Se recusa a tomar remédios e é agressivo, quando contrariado.Agora quer fazer uma viagem para os EUA, com os pais, porque é o sonho dele. Vxs. acham prudente?
Apenas o profissional que está cuidando do caso pode avaliar e responder esta questão.
Meu namorado está com dificuldades sentimentais. Ele diz ter perdido os sentimentos por mim e por todas as pessoas da vida dele como amigos, família. O médico disse que isso foi causado por estresse excessivo, que causou dano na parte emocional do cérebro. Quando ele nasceu, teve dificuldades em oxigenar o cérebro e fez tratamento na incubadora, e sobreviveu. Pode me explicar qual parte do cérebro foi a danificada emocionalmente? Perder as emoções e sentimentos é comum? Ele diz se sentir vazio. Ele não demonstra expressões faciais diante felicidade ou tristeza. Como reverter o quadro? Ele terminou o namoro comigo mas eu não desisti dele :( EU ESTOU DESESPERADA!!!!!!!!!
Bom dia!
Várias áreas do cérebro estão associadas ao processamento emocional. Dentre elas posso destacar o sistema límbico, giro do cíngulo, lobos frontal e parental, embora o processamento emocional normal também dependa da boa conectividade entre estas e outras áreas.
Sobre o caso do teu namorado, trazes as seguintes informações relevantes:
1. Quando ele nasceu, sofreu com ausência de oxigênio
2. Se, no momento do nascimento, houvesse ocorrido algum dano relativo ao processamento emocional, este prejuízo estaria presente antes e durante o namoro.
3. Se ele diz ter *perdido* os sentimentos, significa que os sentimentos estiveram presentes até então, logo a perda nada tem haver com o evento do nascimento dele.
4. A afirmação de que "o estresse excessivo causou dano na parte emocional do cérebro" não faz sentido. O estresse crônico - uma grande carga de estresse diária - ao longo de anos eventualmente pode estar relacionada a mudanças prejudiciais no sistema nervoso central, mas não ao ponto de destruir completamente áreas do cérebro. Caso fosse assim pessoas que trabalham demais e pessoas em relacionamentos conturbados, todos teriam danos extensos no cérebro, mas isso não ocorre.
5. Por outro lado, se teu namorado realmente vinha vivendo sob estresse significativo, o estresse pode ter desencadeado algum transtorno mental que está prejudicando a capacidade dele se relacionar.
6. Por exemplo, apatia, anedonia (incapacidade de sentir prazer), irritabilidade e avolição (ausência de vontade de se envolver em atividades) são sintomas comuns em episódios de humor depressivo. Embotamento emocional é um sintoma presente em transtornos psicóticos e transtornos de humor.
7. Logo, levantado em conta as informações que você está me trazendo, o mais provável é que ele esteja com um transtorno mental e que deveria ser avaliado por um psiquiatra.
Boa noite, Ana Creuza minha cunhada está com uma lesão cerebral que acomete toda parte frontal medido 09cm ela está internada para fazer a cirurgia
Estamos com muito medo perder os movimentos, é fazer a cirurgia e ela sair bem? Por favor sua opinião é muito importante obrigada
É necessário conversar com o médico que está cuidando do caso dela, avaliar quais são os riscos envolvidos em fazer a cirurgia e os riscos envolvidos em não fazer a cirurgia. Se o médico julgou a cirurgia necessária é sinal de que o risco de não fazer a cirurgia é maior do que o risco de fazer. Nestes casos o cirurgião toma todo o cuidado possível para preservar as funções envolvidas na área da cirurgia e, ao mesmo tempo, remover o tumor.
Meu sofreu um tce no dia 04 de outubro de 2016 teve uma lesao na tempora esquerda . Ele nao lembro do acidente nao lembra dr ter passado um tempo no hospital ... Ele fumava a 15 anos atras e depois do acidente agora quer fumar e tbm é muito agressivo . Ele vai poder voltar ter vida normal ? Ele ja anda ja come so .
Boa noite,meu filho realizou um exame de eletroencefalograma e o resultado foi:PRESENÇA DE GRAFOELEMENTOS POTENCIALMENTO PATOLOGICOS EM REGIÃO TEMPORAL DIREITA. Você saberia me dizer o que significa por favor? Proxima consulta com o neuro vai ser no fim do mês, e estou preocupado. Obrigado
Boa noite! O resultado só pode ser interpretado se utilizado em conjunto com o exame e com as demais informações médicas do seu filho. O profissional indicado para interpretar todo esse conjunto de informações é o neurologista. Neste caso, o jeito é aguardar a consulta ou entrar em contato com o neurologista e pedir para adiantar a consulta. Desejo saúde para vocês.
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