segunda-feira, 1 de junho de 2009

Programas úteis para a Psicologia (em construção)

Levando em conta que vivemos em uma época na qual o computador é uma ferramenta útil tanto para a comunicação e organização pessoal, quanto para as mais diversas profissões, aumentando a produtividade ou facilitando a aplicação de alguns conceitos, decidi elaborar uma lista de alguns programas que vim a conhecer nos últimos anos procurando por novidades na área da Psicologia.
Não vou falar a fundo sobre os programas, vou apenas incluir uma breve descrição, algum comentário pessoal quando for pertinente e deixar que o interessado chegue as suas próprias conclusões.

PEBL: The Psychology Experiment Building Language - PEBL é uma linguagem de programação e um ambiente de execução voltado para psicólogos que desejam criar experimentos ou aplicar experimentos já disponíveis para o programa. Funciona muito bem para levantar e armazenar dados sobre tempo de reação, memória, atenção e outros aspectos psicométricos, porém peca um pouco em estabilidade e compatibilidade com o sistema operacional e não é tão fácil de usar quanto poderia ser. O programa é completamente gratuito e disponibiliza o código-fonte.

SOAR: State Operator And Result - SOAR é uma arquitetura cognitiva para o desenvolvimento de sistemas que precisam demonstrar comportamento inteligente. Reúne pesquisadores dos campos da inteligência artificial e da ciência cognitiva para a realização de diversas tarefas, desde controle de maquinário até mesmo de avatares virtuais e para a solução de problemas. Não é muito fácil de usar se não houver algum conhecimento prévio de programação, porém existem diversos experimentos disponíveis na internet que permitem a visualização e interação com os conceitos tratados.

Elizabeth - Uma das melhores adaptações do chatterbot Eliza que já encontrei. O Eliza é um programa que tenta simular inteligência (passar num teste de Turing) por meio da imitação do que seria uma psicóloga de orientação rogeriana na visão de Joseph Weizenbaum, seu criador. O programa faz isto detectando palavras-chave pré-programadas em um pequeno banco que dados e respondendo de forma vaga às frases do interlocutor humano (ou virtual, afinal, é possível fazer com que dois chatterbots conversem entre si). Esta versão foi criada por Peter Millican e permite que sejam feitos vários ajustes, assim como muitas modificações.

aMSN Eliza - Este é um plugin para o programa aMSN que funciona como o Eliza. O aMSN é um MSN Messenger (ou Live Messenger) de código aberto, que conecta na rede MSN da mesma forma que o messenger da MS. Com este plugin, os teus contatos pessoais podem interagir com o programa Eliza. Eu traduzi o aMSN Eliza para o português do Brasil e estou disponibilizando ele, pela primeira vez, aqui - na minha pasta pública do SkyDrive (se alguém tentar baixar, me avisa se funciona). No arquivo do aMSN Eliza em português inclui a versão original, a versão traduzida e uma versão modificada para meu uso pessoal, com um banco de dados com um maior número de respostas. Meu banco de respostas ainda está longe de poder ser considerado bom, pois trabalhei apenas algumas horas nele e pude testá-lo muito pouco, mas pode ser modificado e melhorado. Algumas dicas para quem quiser fazer o seu próprio banco de respostas ou quiser melhorar o meu: 1. as respostas "dummy" parecem ser mais úteis, mas devem obedecer uma certa ordem para que sejam eficazes. Elas são usadas na ordem em que estão programadas, então é melhor colocar dummy "Me fale mais sobre isso." dummy "Humm.. Entendo." do que o inverso; 2. não é bom usar partículas de ligação como palavras-chave... Se usar "não", "se", "tah", as palavras que podem vir depois serão ignoradas e o vocabulário - ou o repertório de respostas - do programa acaba ficando limitado. Por outro lado, em algumas ocasiões, seria útil usar uma partícula dessas para diferenciar perguntas de afirmações; 3. ainda assim, o mais fácil é definir respostas específicas para palavras específicas; 4. lembrar que o programa não pode lidar com um banco de tamanho ilimitado, então o jeito é recorrer à seleção natural, mantendo linhas que são úteis e eliminando aquelas que se mostram inúteis. -- Bom, além da curiosidade científica no programa, ele envolve uma fantasia na qual o bot seria articulado o suficiente para lidar com aquelas conversações mais superficiais tão comuns na rede MSN (talvez 90% das conversas?). Desta forma a expressão "fala com a minha mão" poderia ser substituída pelo pensamento "fala com meu bot", num momento em que as pessoas importunariam meu bot sem nem ao menos se dar conta de que eu estou na sala vendo tv, ou lendo um livro ou dando uma volta na cidade... Mas ainda falta evoluir um pouco o programa para que isso se torne uma realidade.

Sniffy Pro 2.0 - É um programa utilizado para simular rudimentarmente um sujeito de psicologia experimental, um rato branco da raça winstar. Com o programa é possível visualizar os conceitos básicos da ciência comportamental com algum nível de interação. Embora seja possível realizar os exercícios de forma semelhante à forma que são feitos em um laboratório real com o sujeito experimental real, é muito difícil para o usuário do programa evitar de utilizar recursos como o de isolar o Sniffy, que acelera a passagem do tempo em um exercício programado - eliminando, com isso, boa parte da prática e da visualização. O rato virtual é completamente previsível e se comporta de maneira bastante diferente do rato real. Além disso, os experimentos são limitados à 20 horas virtuais (que podem transcorrer em poucos minutos nos computadores atuais), de forma a impedir a elaboração de condicionamentos mais complexos. O repertório comportamental do rato virtual também não é muito variado. Pode ser uma opção para instituições de ensino que não possuem os recursos econômicos para montar um laboratório experimental -- lembrando que tal opção impede o desenvolvimento de pesquisas, pois o programa é meramente didático. Fica aqui a sugestão, para futuros desenvolvedores de softwares como este, que se utilizem dos recursos de inteligência artificial disponíveis, como o SOAR por exemplo. Seria possível fazer sujeitos experimentais virtuais bem mais fidedignos e aumentar a validade didática do programa. Outras observações que deixo são em relação ao recurso de salvar o exercício em um determinado ponto, que não funciona como na maioria dos programas, logo é preciso algum cuidado na hora de salvar; e ainda quanto ao uso do Sniffy para substituir as aulas no laboratório experimental, que priva o aluno de vivenciar o funcionamento e adquirir a postura de utilização dos estabelecimentos de um laboratório, como manter o silêncio, utilizar jaleco, o trabalho em dupla, as diferenças entre os diferentes sujeitos experimentais, o focalizar a atenção ao comportamento, etc.

NERO: Neuro Evolving Robotic Operatives 2.0 - NERO é um jogo de computador distribuído gratuitamente que foi utilizado para demonstrar a tecnologia NEAT (NeuroEvolution of Augmenting Topologies), um algorítimo genético para redes neurais artificiais capazes de evoluir. No jogo o usuário inicia com um exército de robôs que demonstra comportamento completamente aleatório e por meio de interação com o ambiente e reforçamento de comportamentos desejados vai moldado o comportamento das sucessivas gerações de robôs até que eles sejam capazes de realizar ações coordenadas. O jogo é muito fácil de aprender, é bastante divertido, e pode ser utilizado em grupos, permitindo que sejam feitos torneios com diferentes exércitos criados pelos usuários. Pode ser uma ferramenta didática excepcional para estudantes de psicologia e para motivar o estudo e o interesse pela teoria comportamental, além de permitir ao aluno o contato com tais tecnologias emergentes. Em termos de inteligência artificial é muito mais sofisticado do que o Sniffy, e permite que sejam realizados exercícios que demandem mais atenção do aluno.

The Road (Roerich Psychodynamic Inventory) - Tradução do resumo do artigo de Stefan C. Lita e Robert M. Roerich: Apesar da evidência de que o imaginário mental é um fator determinante no comportamento, relativamente pouca atenção tem sido dispensada para o papel do imaginário mental na avaliação do ajustamento emocional. Este estudo examina os dados iniciais de uma amostra de 221 candidatos à policiais e 72 policiais ativos cujos níveis de estresse foram medidos usando escalas convencionais e, posteriormente, o inventário do imaginário mental -- o Inventário Psicodinâmico Roerich (RPI). Correlações entre o RPI e as escalas convencionais demonstram que o RPI oferece um indicador confiável da disfunção emocional sem sacrificar os requerimentos sociais. --- Pessoalmente, encontrei este programa no primeiro ano da faculdade e ele já era um programa razoavelmente antigo. Na página onde baixei, o comentário da pessoa que havia feito o upload é que se tratava de um programa meramente curioso, divertido, mas que não era para ser levado a sério. Contudo, coletei alguns dados aplicando o programa em algumas pessoas e os resultados foram interessantes... Interessantes talvez, pela linguagem utilizada nos relatórios gerados pelo programa, mas interessantes, sem dúvida. Não acho que seja um programa para levar muito a sério, mas para promover uma reflexão a sério em relação a aplicação da informática em testes projetivos e sobre a falta de objetividade dos mesmos.

Unreal Tournament (UT99) - Este é um jogo em primeira pessoa como muitos outros, que está nesta lista por dois motivos: foi um dos primeiros jogos a apresentar uma inteligência artificial que realmente se pode chamar de inteligente, pela capacidade dos personagens controlados pelo computador de interagir com cenários novos e responder à evolução do usuário no domínio do jogo ajustando suas habilidades; e pela possibilidade de criar um personagem controlado pelo SOAR ou por outras linguagens como Java ou .NET. Acho que este jogo pode ser uma boa forma de iniciar o trabalho com arquiteturas cognitivas por se tratar de uma forma interativa com a qual as pessoas já tem contato. Também é interessante que seja utilizado após o uso do NERO, para considerações quanto a problemática envolvida na elaboração de uma inteligência artificial que permita a interação com ambientes complexos, como são os mapas e diferentes modalidades do jogo.

CSLU Toolkit - É uma biblioteca de programas que permitem a exploração, o aprendizado e a pesquisa sobre a fala e sobre a interação entre humanos e computadores. Algumas das ferramentas disponíveis com o programa permitem o reconhecimento e a geração da fala e rostos animados. Pode ser uma ferramenta interessante para educadores, inclusive para crianças com necessidades especiais, e para a realização de experimentos sobre a interação entre humanos e computadores.

Alice 2.2 - É um programa que permite a criação de mundos virtuais interativos. Enquanto são criados tais mundos, o usuário criador aprende conceitos básicos de programação; e os mundos podem ser utilizados para fins de simulação pois existe a possibilidade da comunicação com dispositivos de realidade virtual. Também é um programa de animação tridimensional, onde podem ser dramatizadas quaisquer cenas que se desejar. Alice é um programa bastante poderoso e, ao mesmo tempo, muito simples de usar. Em poucos minutos aprendi os passos básicos de edição, em questão de horas estava elaborando as primeiras historinhas.

Argumentative
- É um programa que permite a edição, a exibição e a manipulação de mapas de argumento - representações visuais de argumentos e raciocínios. Este tipo de programa serve para ajudar na elaboração de conceitos, crenças, pensamentos, etc. Não considero este um programa de "mapas mentais", por ser muito simples. Gosto de usá-lo para argumentos curtos e conceitos rápidos.

Freemind - Este programa, na minha opinião e experiência, começa onde o Argumentative pára. Além de poder elaborar mapas de argumentos, ele também pode elaborar mapas de conceitos mais complexos, com outros elementos tais como imagens ou qualquer outra coisa que se faça necessária. As ligações entre os elementos também podem ser trabalhadas com maior liberdade. Enquanto considero o Argumentative mais rápido de usar, o Freemind se faz útil por possuir mais opções.

Photo! 3D Album & Screensaver - Este é um aplicativo despretensioso cujo objetivo é criar um protetor-de-tela com fotos e imagens escolhidas pelos usuário, além de servir como álbum de fotos tridimensional na forma de uma galeria de arte interativa. Porém, após instalar e utilizar o programa, fiquei surpreso ao notar o quanto ele é eficiente em elaborar um ambiente virtual no qual é possível exibir imagens e ter a sensação de estar, de fato, observando tais imagens em perspectiva no ambiente proposto. É possível escolher entre diversos ambientes internos e externos disponíveis no programa, com diferentes quantidades de 'slots' para as imagens, programar comentários e até mesmo trilha sonora. Acredito que este software permita a elaboração de experiências conceituais com imagens.

Psych/Lab Software - Programa para a captura e o registro de respostas de um operador humano, permitindo que sejam reproduzidas versões de experimentos psicométricos clássicos. Os parâmetros podem ser controlados e os registros são fornecidos na forma de um conveniente arquivo de texto que pode ser manipulado facilmente em qualquer suíte Office. Não é tão versátil quanto o PEBL, mas é extremamente fácil de usar.

SBaGen / Gnaural - Estes são dois programas que servem para gerar e manipular batidas binaurais. Heinrich Wilhelm Dove descobriu as batidas binaurais em 1839. Embora pesquisas sobre tais batidas tenham ocorrido desde a descoberta, o assunto permaneceu como mera curiosidade científica até que Gerald Oster publicou um artigo na Scientific American, em 1973, chamado "Auditory Beats in the Brain". Tal artigo identificou e organizou as informações levantas nas pesquisas desde os tempos de Dove, oferecendo uma perspectiva completamente nova sobre o fenômeno (que resultaram em novos achados experimentais). Oster via as batidas binaurais como poderosos instrumentos de pesquisa cognitiva e neurológica, em especial sobre a neurofisiologia e psicologia da audição, abordando perguntas tais como a maneira pela qual os mamíferos localizavam sons em um ambiente tridimensional e a habilidade de focalizar em um som específico em um ambiente cheio de ruídos. Mais que isso, Oster acreditava que as batidas binaurais poderiam ser utilizadas para muitas outras coisas, inclusive diagnósticos e tratamentos médicos. Posteriormente, outros indivíduos começaram a creditar as mais incríveis propriedades a tais artefatos auditivos, em sua vasta maioria, sem evidencias científicas apropriadas. Atualmente as batidas binaurais são utilizadas de forma informal por entusiastas com dois objetivos principais: para focalizar e sustentar a atenção e para relaxamento. Eu utilizei tanto o SBaGen quanto o Gnaural por várias horas durante vários dias, de diversas formas. Digo que uma pessoa não faz amostra, logo minhas impressões são completamente subjetivas. Minha experiência é que as batidas binaurais podem ajudar a provocar um profundo relaxamento, especialmente se associadas a um setting apropriado, tal como estar deitado, coberto, em um ambiente acolhedor e escuro, sem sentir frio nem calor, quando as batidas são programadas da forma correta. Também tive a impressão de que é possível utilizar tais batidas para focalizar a atenção, porém, neste caso, na maioria das vezes consegui foi ficar estressado. Minha hipótese é de que é possível utilizar as batidas para simular um batimento cardíaco, como aquele que ouviríamos no ventre materno. A medida que tal batimento fosse desacelerando, como o coração de uma pessoa entrando em estado de repouso e relaxamento, talvez revivêssemos sensações primitivas de relaxamento. Ou talvez as ondas cerebrais realmente se ajustem à batida... Ou talvez seja apenas o ritmo mais lento. Quanto a hipótese de sobrecarregar os sentidos, usando "ruídos-rosa" por exemplo, eu não tive boas experiências com isso. Sem os instrumentos adequados para observação das reações fisiológicas e sem uma metodologia mais estruturada, não posso fazer nenhuma afirmação, mas as experiências, como um todo, foram bastante interessantes.

3D Slicer - Este programa pode ser chamado de 'Google Earth da Neurociência'. Ele é um visualizador de imagens médicas que conta com vários recursos interessantes. Eu utilizo o Slicer para visualizar bancos de imagens médicas disponíveis na internet - em especial imagens do sistema nervoso, como um super-atlas de anatomia cerebral, para elaborar ilustrações personalizadas em trabalhos acadêmicos e para diversão e aprendizado. É um programa poderoso, fácil de aprender mas é um pouco pesado: necessita de um bom computador para poder ser executado de forma decente. Ele permite a criação e a manipulação de modelos tridimensionais de estruturas anatômicas, que podem ser feitos com base nas imagens utilizadas. Estes modelos podem contar com vários elementos independentes que podem ser coloridos e feitos transparentes ao gosto do usuário - daí o motivo para utiliza-lo em ilustrações em trabalhos acadêmicos. Tive a oportunidade de ver um programa de visualização de imagens médicas profissional sendo utilizado em um hospital, o que me permite comparar o software profissional ao 3D Slicer. O software profissional é muito mais rápido, provavelmente por estar instalado em uma estação de trabalho muito mais poderosa do que o meu notebook, e exibe imagens com muito mais clareza. A clareza das imagens do software profissional em relação ao Slicer se deve, provavelmente, a uma associação dos seguintes fatores: a tela na qual são exibidas as imagens e o hardware gráfico no qual são processadas, na versão profissional, são muito melhores do que os recursos físicos que disponho; os bancos de imagens obtidas nos hospitais para fins diagnósticos e de planejamento de intervenções cirúrgicas e tratamentos possuem melhor resolução do que os bancos de imagens disponíveis na internet, que precisam contar com arquivos de menor tamanho para tornar possível o download e a manipulação em computadores de pobres estudantes como eu; por fim, como estou aprendendo por minha própria conta a utilizar o Slicer, meu conhecimento técnico quanto a manipulação dos filtros de tais imagens é bastante limitado em relação aos técnicos profissionais que manipulam estas imagens para os médicos nos hospitais. Ainda assim, mesmo considerando todos estes problemas, o 3D Slicer é uma excelente ferramenta (auto)didática para estudantes interessados no sistema nervoso.

PROMED: InVesalius - Esta é a versão brasileira do 3D Slicer. Ela conta com recursos semelhantes aos do 3D Slicer, sendo que parece exigir menos do hardware. Tenho acompanhado o seu desenvolvimento desde a versão 1 - versão antiga que roda mesmo em notebooks populares! Para quem possui uma boa placa aceleradora, recomendo a versão 2. É mais fácil de aprender para quem não fala inglês, pois possui uma extensa documentação em português (é preciso estar logado ao portal de software público), inclusive com tutoriais na forma de vídeo.

RasTop - É um programa de visualização molecular em 3D derivado do RasMol. Sua função é primariamente educacional e de análise rápida de macromoléculas por meio de uma interface amigável. Eu acredito que este programa seja útil pois me permite criar ilustrações personalizadas para trabalhos acadêmicos, com a ajuda do banco de dados online do RCSB:PDB (Research Collaboratory for Structural Bioinformatics:Protein Data Bank).

Visuwords - é uma interface gráfica para o Wordnet. O Wordnet é um banco de dados léxico do idioma inglês, que agrupa palavras em conjuntos de sinônimos que, na terminologia deste banco de dados, são chamados de synsets. Os synsets proporcionam definições curtas e gerais e apontam para as relações semânticas entre si. O Visuwords pode ser utilizado tanto online, no site, ou baixado para o computador para uso offline, desde que se tenha PHP e o Wordnet no computador. Eu utilizo o Visuwords enriquecer o vocabulário dos meus trabalhos ou para descobrir novas relações entre as palavras; é realmente um programa bastante divertido de usar e que enriquece muito a linguagem. Outra utilidade do Wordnet pode ser vista por meio da utilização do comando "define:" no Google. Utilizo tal comando quando estou fazendo traduções. Por exemplo, vejam o que aconteceria se eu digitasse define: spleen no Google (clicando ali, sobre o link... rs...).

VisualWN 2.0 - O programa descrito acima, o Visuwords, possui um sério problema: a dificuldade de instalação para uso offline. Em máquinas *Nix a instalação não é das mais difícieis, em máquinas com o Windows XP ou 2000 também não, mas em máquinas nas quais o Windows Vista está instalado, instalar o Visuwords pode se tornar uma via dolorosa. Para quem não quiser passar por tais argruras, a opção é usar o VisualWN. Veja a comparação: para instalar o Visuwords no Windows Vista eu precisei instalar o Apache e configurar ele a mão, instalar o PHP 5 manualmente por meio dos arquivos zipados e configurar a mão, depois instalar o Visuwords utilizando os arquivos do Wordnet. Qual o problema em instalar o Apache e o PHP no Vista? Se você quiser descobrir a resposta para esta pergunta, tente por si mesmo... Eu consegui, não é nada impossível, mas é realmente idiota ter de fazer tantos passos para instalar um programa que, embora seja muito interessante, é razoavelmente simples. Para utilizar o VisualWN, tudo o que você precisa é ter o Java instalado. Nada de configurações manuais e coisas do tipo. Basta baixar o arquivo, descompactar em uma pasta (se for no Vista, recomendo em uma pasta no diretório do usuário mesmo) e sair usando. Outras vantagens do VisualWN são os 3 diferentes modos do programa e a interface que lembra os antigos programas com janelas dentro de suas janelas. A desvantagem é que ele se utiliza de um dicionário mais antigo do Wordnet (que, acredito eu, pode ser atualizado pelo usuário -- embora eu ainda não tenha tentado isso).

OpenOffice.org - Todo acadêmico de Psicologia precisa elaborar trabalhos no computador, não tem como escapar disso. São artigos, resenhas, apresentações, tabelas de estatística, etc. Logo, é necessário ter uma suíte Office instalada. Considero que hoje em dia existam 3 opções principais para quem usa computadores PC-IBM: o OpenOffice, o BrOffice e o Microsoft Office. O Microsoft Office já foi uma suíte Office meia-boca, quando era utilizável. Porém, na sua última versão, resolveram remodelar a interface do usuário, adotando o que chamaram de 'fluent flatulent user interface' - graças a tal mudança, os usuários que eram 'fluentes' no uso da suíte Office se encontram perdidos na bagunça de menus de caixinhas de opções criadas pelos sádicos da MS. Além disso, o MS Office é fraco em recursos: ele não permite, nativamente, que os arquivos sejam exportados para os formatos PDF ou Flash, apenas para o formato pouco conhecido - logo bastante inútil - XPS; ele também não possui um corretor ortográfico tão poderoso quanto aquele que foi desenvolvido pela equipe do BrOffice. Ah, e o MS Office fez a proeza de adotar um formato de documento - supostamente aberto - que não é compatível com nenhuma das versões anteriores... O OpenOffice e o BrOffice possuem uma interface gráfica que dispensa qualquer aprendizagem por quem utilizou alguma suíte Office nos últimos 10 anos. O OpenOffice e o BrOffice são capazes de abrir tanto seus próprios documentos, gerados em qualquer versão, quanto os documentos do MS Office, inclusive os documentos no novo formato 'aberto'. O OpenOffice e o BrOffice são capazes de exportar, nativamente, seus documentos para o formato PDF, Flash e para os formatos clássicos do MS Office, e seus documentos - em geral - ficam menores (ocupam menos espaço) do que os da concorrência. A equipe do BrOffice desenvolveu um dicionário gigantesco para o verificador ortográfico na língua portuguesa, tanto sem, quanto com o acordo ortográfico; e um gigantesco dicionário de autocorreção, que são 100% compatíveis com o OpenOffice. Então, qual o motivo que me leva a diferenciar o BrOffice do OpenOffice? Bom, o motivo é que o BrOffice possui bugs que não estão presentes no OpenOffice. Bugs são erros de programação que fazem com que o programa não funcione da forma que deveria. No meu uso diário, nunca fui capaz de notar nenhum bug importante no OpenOffice. Contudo, no BrOffice, já me deparei com alguns bugs incômodos, tanto nas versões 2.x quanto nas versões 3.x. Como posso gozar de todos os recursos em português do Brasil no OpenOffice, e como o desenvolvimento deste sempre corre na frente do desenvolvimento do BrOffice, eu considero que o OpenOffice seja uma escolha mais sensata para um conjunto de aplicativos tão importante para a maioria dos usuários de computador. Dica para quem usa o OpenOffice: ir verificando os erros pessoais de digitação e ortográficos cometidos ao longo do uso, e ir incluindo tais erros e suas respectivas correções no dicionário de autocorreção. Novo! - Dicionário de termos técnicos de Psicologia para o OpenOffice/BrOffice 3: eu mesmo fiz, inclui palavras em português, inglês, francês, alemão e latim, nomes de cientistas e teóricos, etc. Inclui muitas palavras que o OpenOffice já reconhece por padrão, mas o motivo pra isso é que, para tornar a tarefa de criar o dicionário menos monótona, eu fui escrevendo todas as palavras relacionadas à Psicologia que iam me ocorrendo. A grande maioria das palavras - e certamente todas as palavras complicadas - eu verifiquei a ortografia nos livros, o único porém é o seguinte: nenhum dos meus livros conta com as regras novas do acordo ortográfico (óbvio), logo a hifenização de algumas palavras pode não estar de acordo com as novas regras.

Um comentário:

Anônimo disse...

lalala